A aliados, Maia prevê quorum para votação e vitória de Temer no dia 2 de agosto

Painel

Pode vir quente Principal beneficiário da eventual queda de Michel Temer, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse a aliados que, mantidas as condições atuais, haverá quorum para votar a denúncia contra o peemedebista já no dia 2 de agosto. Maia prevê a vitória de Temer — e com relativa folga. Do lado da oposição também há o reconhecimento de que o peemedebista venceu o primeiro round da batalha. As apostas agora estão centradas na segunda denúncia a ser feita por Rodrigo Janot.

Sentido! Temer encurtou as férias de seus ministros. Os que pediram ao menos dez dias de folga foram avisados de que deveriam retornar a Brasília em 1º de agosto. O presidente disse que quer todos a postos para a “luta” durante a votação da denúncia.

Precursora Embora a volta do recesso esteja marcada só para terça (1º), a tropa de choque de Temer no Congresso desembarca na capital federal no fim de semana para fazer a última contagem de votos antes da sessão em que a denúncia será avaliada.

No azul Aliados na Câmara falam em algo entre 230 e 250 votos pró-Temer, somando declarações de apoio ao peemedebista e abstenções — que, na prática, também serão favoráveis a ele.

Deixe seu recado Na maratona de ligações para convencer deputados indecisos, Temer ouviu diversas vezes a mensagem “sua chamada está sendo encaminhado para a caixa postal”.


Modo avião Esta é última semana do recesso e muitos parlamentares ainda estão em viagem, longe dos celulares. Ao menos foi essa a justificativa de Laura Carneiro (PMDB-RJ) e Gilberto Nascimento (PSC-SP).

Jura? Nos cálculos do Planalto, o maior número de deputados que ainda não definiram voto está no PSDB.

Rota de colisão Auxiliares do presidente dizem que ele pode ter o apoio de 18 a 23 dos 46 tucanos. A ala anti-Temer da sigla diz contar 30 votos a favor da denúncia.

Sem predileção Movidos pelos mais diversos interesses, integrantes da cúpula do PSDB avisam que, se Aécio Neves (MG) de fato renunciar à presidência da sigla, haverá disputa pelo cargo. Tasso Jereissati, visto como opção natural por uma ala do partido, não faria voo solo.

Entra na fila Entre os nomes citados como opção para o comando do tucanato estão Teotônio Vilela (AL), Marconi Perillo (GO) e Cássio Cunha Lima (PB).

Pane O governador Geraldo Alckmin, por exemplo, disse a aliados que defende a permanência de Tasso no comando da sigla até março de 2018. Aécio, hoje licenciado, não deu nenhum sinal de que está com pressa em renunciar à presidência da sigla.

Joga duro O juiz Renato Borelli, que barrou o reajuste de impostos que incidem sobre os combustíveis, determinou, em junho, que Rodrigo Rocha Loures — ex-assessor de Michel Temer flagrado com uma mala de propina — devolvesse os salários que recebeu da Câmara após ter sido afastado pelo STF.

Em paz Os ministros Henrique Meirelles (Fazenda) e Dyogo Oliveira (Planejamento) tomaram café da manhã nesta terça (25) para afinar o discurso sobre o PDV de servidores do Executivo.

Trilho para o futuro Em um aceno ao DEM, partido do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ), Temer liberou R$ 300 milhões para as obras de construção da segunda etapa do BRT de Salvador.

Todos juntos O ministro das Cidades, Bruno Araújo (PSDB), irá à capital baiana assinar o contrato com o prefeito ACM Neto (DEM).

Visita à Folha O advogado Valdir Simão, ex-ministro do Planejamento do governo Dilma Rousseff, visitou a Folha nesta terça-feira (25).


TIROTEIO

Tem que combinar com os russos. E as delações de Lúcio Funaro e Eduardo Cunha serão os soviéticos de Michel Temer.

DO DEPUTADO NILTO TATTO (PT-SP), sobre a tentativa do governo de tirar as denúncias da pauta política retomando a discussão sobre as reformas.


CONTRAPONTO

Sejamos honestos

Na primeira semana de agosto do ano passado, após o recesso do Congresso, a comissão especial do Senado que analisava o impeachment da então presidente Dilma Rousseff se preparava para encerrar os trabalhos, votando o relatório de Antonio Anastasia (PSDB-MG) pela condenação da petista. Durante a sessão, Magno Malta (PR-ES), crítico aguerrido do PT, pediu a palavra:

— Este é um momento importante. Vamos votar o relatório do senador Antonio Anastasia, a quem quero parabenizar pela dedicação e paciência. Vou te dizer: não é fácil não aguentar o Lindbergh Farias, a Vanessa Grazziotin, a Gleisi Hoffmann e, de vez em quando, até eu!