Meirelles antecipou a Maia que governo aumentaria imposto para conter crise fiscal
Quem avisa amigo é Um dia antes de anunciar publicamente que haveria aumento de imposto sobre o preço da gasolina, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, foi à residência oficial do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), dar uma prévia da notícia. Meirelles traçou um longo panorama sobre a gravidade da crise fiscal para justificar a medida e pedir apoio ao remédio amargo que seria aplicado pelo governo. Deu certo. Não houve reação contrária e os dois estreitaram ainda mais as relações.
Siga-me Na conversa, Maia municiou Meirelles com informações de bastidores do Congresso. Deixou explícito que não há clima para aprovar uma política de reonerações. A dica levou a Fazenda a refazer seus cálculos, já que contava com o fim de desonerações ao menos a partir de janeiro do ano que vem.
Linha direta Meirelles e Maia se aproximaram nos últimos meses. Em dez dias, o ministro teve dois encontros privados com o deputado.
Chega disso Aliados mais próximos de Maia agora desestimulam enfaticamente qualquer especulação sobre uma eventual ascensão dele ao Planalto. A ordem é pôr um fim nas fofocas sobre uma articulação para enfraquecer o presidente Michel Temer.
Sentiu saudades? Numa reação à decisão do governo Temer de dobrar a alíquota de PIS/Cofins que incide sobre o preço dos combustíveis, a Fiesp vai ressuscitar o pato inflável. A alegoria de cinco metros amanhecerá nesta sexta-feira (21), na avenida Paulista.
Eu voltei! A medida irritou o presidente da entidade, Paulo Skaf, um dos principais aliados de Temer e nome do PMDB para a disputa do governo de São Paulo. O pato da Fiesp virou um símbolo da campanha pelo impeachment de Dilma Rousseff.
Pisando em ovos Em reunião com sindicalistas nesta quinta (20), o presidente Michel Temer sinalizou que só enviará a medida provisória da reforma trabalhista ao Congresso depois que sua denúncia for votada na Câmara.
Onde pega Temer indicou que está disposto a incluir na MP uma forma de auxílio financeiro às centrais, mas teme rebelião no Congresso. Recebeu recados de que os deputados não vão tolerar a criação de uma compensação ao fim do imposto sindical.
Vai que cola… Na tentativa de protagonizar outra pauta que não a acusação de corrupção passiva feita por Rodrigo Janot, o Planalto vai centrar fogo na reorganização da base para votar a reforma da Previdência, e decidiu desencorajar os que pregam o fatiamento da proposta — fortemente impopular.
Por inteiro Secretário-Geral da Presidência, o ministro Moreira Franco diz que o governo “tem foco” e não vai trabalhar para aprovar uma reforma “meia-sola”.
Trégua Líderes do PSDB no Congresso parecem querer, ao menos por enquanto, virar a página das discussões sobre o desembarque do governo. Após o recesso, a bancada da Câmara vai sugerir que Maia priorize as reformas política e tributária, ambas relatadas por tucanos.
Sem fé Pesquisa online feita pelo instituto Paraná Pesquisas aponta que 60,5% dos eleitores não acreditam que Lula conseguirá ser candidato em 2018.
Rachado O mesmo levantamento mostra profunda divisão sobre a percepção do futuro de Temer: 47,7% acham que ele não conclui o mandato e 47,9% apostam que ele chega a janeiro de 2019.
Receba Rodrigo Janot enviou à sua sucessora na PGR, Raquel Dodge, na noite de quarta (19), novo esboço do orçamento do MPF, além de respostas a questionamentos dela sobre o tema. Houve ajustes na proposta após redução de R$ 27 milhões na previsão de receitas do órgão.
TIROTEIO
O juiz Sergio Moro está agindo como se tivesse uma decisão definitiva no caso, o que está longe de ser a realidade do processo.
DE CRISTIANO ZANIN MARTINS, advogado de Lula, sobre Moro pedir o bloqueio dos bens do ex-presidente após condená-lo a 9 anos e 6 meses de prisão.
CONTRAPONTO
Despedida à francesa
Dilma Rousseff riu como criança na última vez em que se encontrou com o professor Marco Aurélio García, ex-assessor da Presidência na era petista. Os dois jantaram em um hotel, em Brasília, dia 5 de julho.
Fazia muito frio naquela noite e, toda vez que pessoas que estavam do lado de fora do restaurante decidiam entrar, o vento espantava Marco Aurélio. O professor, então, contou a Dilma como os franceses se dirigiam a quem deixava a porta entreaberta em bares e restaurantes.
— “Eles gritam: ‘la porteeee'” — disse. Foi uma senha.
Na sequência, sempre que alguém deixava uma fresta, os dois gritavam, às gargalhadas: “La poorrrrrtee!!!”