Cunha faz nova reunião com a PGR nesta semana para tentar fechar sua delação premiada
Roleta russa Advogados do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) fazem nesta semana uma nova rodada de negociações com a Procuradoria-Geral da República na tentativa de selar um acordo de delação para o peemedebista. Os investigadores têm jogado duro com Cunha. Na última reunião, disseram que o material era insuficiente e nem sequer ficaram com os anexos. Preso, ele reorganizou o arsenal, que tem foco no presidente Michel Temer e seus principais aliados no Planalto, para dar novo tiro.
A fila anda A pedra no caminho de Eduardo Cunha tem nome e sobrenome: Lúcio Funaro. Logo no início das conversas a PGR avisou que só fecharia um acordo: ou o do peemedebista ou o de seu operador. Os procuradores têm alardeado que Funaro conseguiu juntar mais elementos contra Temer.
Lá vem flecha A expectativa é que a delação de Funaro seja homologada logo após o Supremo voltar do recesso do Judiciário, em agosto. As revelações do doleiro teriam potencial para desarranjar o apoio político a Temer no Congresso.
Conselho de amigo Aliados do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), beneficiário imediato de um afastamento de Temer, dizem que a situação entre o carioca e o peemedebista, hoje, está melhor do que há uma semana. Recomendam, porém, atenção diária à relação.
Elas por elas O grupo próximo a Maia avalia que, se ele avançou o sinal ao anunciar que vetaria qualquer MP que tratasse da reforma trabalhista, Temer igualou o jogo ao insinuar que o PMDB poderia abrigar deputados que, hoje, negociam uma migração para o DEM.
Guia Maia exibe um exemplar do livro “Entre a Glória e a Vergonha”, que reúne memórias do consultor de crises Mário Rosa, na mesa de centro da sala em que faz reuniões em sua residência oficial.
Renovar os votos O senador José Serra (SP) propôs a aliados que o PSDB formule documento com as linhas gerais de uma reforma política profunda. Disse que o texto poderia ser usado, inclusive, para firmar um novo pacto programático com o PMDB.
Longo prazo A peça pregaria a adoção do parlamentarismo e do sistema distrital misto, em 2022. A transição se daria a partir de 2018.
Bipolar A ala de deputados do PSDB que prega a manutenção do apoio ao governo de Michel Temer articula a nomeação de uma espécie de “porta-voz”. O líder do partido na Câmara, Ricardo Trípoli, é a favor do desembarque da sigla.
Megafone A bancada está dividida ao meio. O grupo que desencoraja o abandono do Planalto diz que Trípoli tem usado canais institucionais para reverberar a versão de que há uma maioria contra Temer. Quer, com a escolha de um representante, dividir o palanque do líder na mídia.
Dois coelhos Sindicalistas trabalham para conseguir o apoio de presidentes de partidos do centrão à criação da contribuição assistencial, tributo que funcionaria como uma compensação pelo fim do imposto sindical.
Cajadada só Com a ofensiva, esperam construir um clima na Câmara para aprovar a proposta e, ao mesmo tempo, deixar Michel Temer mais seguro para incluir o item na medida provisória que vai fazer ressalvas à reforma trabalhista.
Põe na mesa Nesta quinta-feira (20), representantes de quatro entidades — Força Sindical, UGT, CTB e Nova Central — se reúnem com o presidente para tratar da MP.
Nome aos bois A cúpula do DEM e o grupo de dissidentes do PSB definiram os nomes que vão coordenar a proposta de programa para o novo DEM: Danilo Forte (PSB-CE), Fábio Garcia (PSB-MT), José Carlos Aleluia (DEM-BA) e Efraim Filho (DEM-PB).
TIROTEIO
Deve ser por isso que diminuíram a acidez na discussão. Receberam mais dinheiro do que todos, mais até do que a situação.
DO DEPUTADO JOVAIR ARANTES (PTB-GO), sobre reportagem do “Valor” que aponta parlamentares do PT como os campeões de pagamentos de emendas.
Quem poupa tem!
O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) ocupou a tribuna do Senado no dia 29 de junho para fazer uma defesa enfática de Luiz Inácio Lula da Silva, em meio à expectativa da primeira sentença do juiz Sergio Moro sobre o ex-presidente. Já fazia uma fala longa quando Eunício Oliveira (PMDB-CE) chegou para iniciar a sessão.
— Como vossa excelência está aqui, quero consultá-lo: Encerro aqui o meu discurso?– indagou o petista.
— Vou dar mais seis minutos. 28 minutos no total — respondeu Eunício e, antes que Lindbergh terminasse de agradecer, emendou:
— Ou então vossa excelência vai ficar rouco!