Planalto acredita que Fachin vai mandar prender Rocha Loures; Temer diz não ter medo de delação

Sem trégua A semana que poderia terminar melhor do que começou para o presidente Michel Temer não terá um desfecho tranquilo. O Planalto acredita que o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo, deve atender ao novo pedido de prisão do ex-assessor especial de Temer, Rodrigo Rocha Loures, flagrado com uma mala de dinheiro da JBS. A avaliação é feita com evidente irritação. O governo diz que Fachin tem sido “agressivo” e o acusa de “jogo casado” com a PGR.

Causa e efeito Auxiliares do presidente tentam minimizar o potencial de estrago que uma possível decretação de prisão de Rocha Loures pode ter sobre a já conflagrada base no Congresso. Dizem que Janot e Fachin estão seguindo roteiro “já previsto”.

Na ponta da língua Por isso, Michel Temer passou os últimos dias afirmando a aliados que não tinha nenhum receio sobre uma possível delação de Rocha Loures. Disse que o ex-assessor, chamado por ele mesmo de homem de sua “estrita confiança”, não tem nada que possa comprometê-lo.

E os russos? O Planalto sabe, porém, que uma eventual prisão de Rocha Loures poderá detonar debandada de parte da base aliada que vinha torcendo por um “fato novo” que justificasse o desembarque do governo.

Jogo bruto A ala de deputados jovens que defende a saída do PSDB do governo Michel Temer, chamada de “cabeças pretas”, recebeu novo apelido nos bastidores do tucanato: “black blocs”.

Vai voar Nas contas de integrantes da sigla, a bancada tucana poderia perder até oito deputados caso escolha permanecer ao lado do Planalto em meio à crise.

Do outro lado Preso pela Lava Jato no esteio da delação da JBS, o procurador Ângelo Goulart Vilela, que era próximo à força-tarefa, contratou como advogados a ex-ministra do TSE Luciana Lóssio e o criminalista Técio Lins e Silva.

Do outro lado 2 A escolha por Lins e Silva despertou curiosidade. O advogado é um dos mais fervorosos críticos dos investigadores da Lava Jato — chegou a chamá-los de “talibãs” e fez comparações com a ditadura.

No fim do túnel O crescimento do PIB e a expectativa de que o TSE possa absolver Dilma Rousseff e Michel Temer fez os articuladores do governo na Câmara retomarem a organização para votar a reforma da Previdência.

Joga no Excel Nesta quinta (1º), o deputado Beto Mansur (PRB-SP) se reuniu com parlamentares para refazer a conta de quantos votos o governo tem hoje para aprovar a reforma. Diz que o placar está inalterado.

Onde paramos? De acordo com os cálculos, 260 parlamentares votariam hoje a favor das mudanças na aposentadoria. Será preciso reunir 308 votos para aprovar as novas regras.

Só Jesus na causa No encontro com Temer, nesta quinta (1º), pastores da Assembleia de Deus Ministério de Madureira fizeram uma oração para o peemedebista.

Saber tudo Presidente do Senado, Eunício Oliveira prometeu pautar requerimento de urgência para o projeto que acaba com o sigilo de empréstimos do BNDES.

Visita à Folha Sidney Klajner, presidente do Hospital Albert Einstein, visitou a Folha nesta quinta (1º), a convite do jornal, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Valdeci Verdelho, assessor de imprensa.


TIROTEIO 

Gravaram com Aécio, em minutos, tudo o que tentaram gravar com Lula ao longo de anos. O PSDB largou o estilingue e foi para a vitrine.

DO EX-MINISTRO TARSO GENRO (PT), defendendo que a Lava Jato “mude de sentido” depois dos áudios que afastaram o senador da presidência do PSDB.


CONTRAPONTO

A força do hábito…

No fim de semana passado, em São Paulo, o prefeito João Doria (PSDB) organizou um seminário para debater a eficiência na gestão pública.

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) abriu o evento com sua tradicional saudação às autoridades presentes.

Ao se referir ao deputado Cauê Macris (PSDB-SP), presidente da Assembleia paulista, o tucano soltou:

— Esse Cauê Macris não é fraco não! Seu primo é o Macri, presidente da Argentina, e agora elegeu o Macron, presidente da França!

Na plateia, mesmo os tucanos que não acharam graça na piada, riram.