Para amenizar imagem de extremista, equipe prepara documentário sobre Bolsonaro
Com que roupa? De olho na eleição de 2018, a equipe de Jair Bolsonaro (PSC-RJ) está produzindo um documentário, a princípio para a internet, sobre sua carreira política. A ideia é construir uma imagem de estadista para o deputado, amenizando o extremismo que o projetou. Assessores garimpam cenas em que ele aparece, por exemplo, carregando bandeiras de arco-íris, símbolo do movimento gay, e arquivos da Câmara com discursos ponderados, especialmente aqueles em ele que ataca a corrupção.
Paz e amor Bolsonaro tem sido orientado a baixar o tom de seus discursos, evitando falas raivosas contra determinados grupos ou colegas da Câmara. Em seu gabinete, brincam que a meta é que ele consiga passar 2017 sem novos processos no Conselho de Ética da Casa.
Nós x Eles 2.0 De olho no eleitorado que se mostra avesso a partidos e políticos tradicionais, Bolsonaro investirá na mensagem de que “PT e PSDB são iguais”. “A única diferença é que um está de macacão e o outro usa black tie”, diz o deputado.
Check-in O Muda Brasil, partido que deve abrigar Bolsonaro e sua prole em 2018, entregou ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), semana passada, 501 mil assinaturas — 15 mil a mais do que o necessário — para dar início à oficialização de sua criação.
Acho que não Ministros da corte, porém, têm se mostrado resistentes a aprovar novos partidos no momento em que a cláusula de barreira se torna um dos principais temas da reforma política.
Balanço Um dos autores do pedido de impeachment de Dilma Rousseff, o advogado Miguel Reale Jr. diz que, no primeiro ano de governo, Michel Temer “fez questão de ser impopular”. “Teve uma visão muito mais brasiliense do que do todo do país.”
Daqui do alto “O presidente está bem com o Congresso e está conseguindo fazer as reformas que o país precisa, mas preferiu se fechar num casulo. Não falou à população”, afirma Reale.
Santo de casa… Enquete no site do PMDB, partido do presidente Michel Temer, pede a opinião dos internautas sobre o texto da reforma da Previdência aprovado em comissão especial da Câmara.
… não faz milagre Até o fim da tarde deste domingo (14), foram computados quase 33,5 mil votos: 97% contra a reforma, 2% a favor e 1% preferiu não opinar.
Aqui não vai O ministro Marcos Pereira (Indústria) avisou a Temer que o seu partido, PRB, não fechará questão a favor da reforma da Previdência. Disse que, embora a maioria dos 23 deputados de sua bancada apoie a proposta, alguns parlamentares estão irredutíveis.
Empate é vitória A expectativa do PRB é, ao menos, entregar à reforma da Previdência os 15 votos favoráveis que deu à trabalhista.
Calmante Para evitar mudanças na reforma trabalhista no Senado, o governo acena com alguns vetos à proposta e promete compensações em nova medida provisória. Para aliados, o presidente deve alterar regras do trabalho intermitente.
Para ela Temer quer vetar o trecho da reforma que exige laudo médico para mulheres grávidas e lactantes comprovarem que não podem trabalhar em local com grau médio de insalubridade. Na MP, dispensará o parecer.
SOS A deputada Maria do Rosário (PT-RS) apresenta nesta semana projeto de lei para ampliar a destinação de verbas federais aos Correios, estatal que, por problemas de caixa, pode ser privatizada.
SOS 2 Pela proposta, a administração federal deverá dar preferência à contratação dos serviços do órgão, sem licitação. Cita como exemplo o MEC, que usa os Correios para fazer a logística do Enem e a entrega de livros didáticos.
TIROTEIO
Para os trabalhadores, o Baleia Rossi já virou o Baleia Azul, pois optou por um caminho político suicida ao liderar as reformas.
DE ANTONIO NETO, presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), sobre o apoio do líder do PMDB na Câmara às reformas de Michel Temer.
CONTRAPONTO
Rápido no gatilho
Durante votação da medida provisória que cria novas condições para contratos de concessões rodoviárias e ferroviárias, no Senado, no último dia 3, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) tentou emplacar uma emenda que, na prática, anulava o texto já aprovado pelo plenário.
Antes que a petista pudesse defender a medida aos colegas, o líder do governo na Casa, Romero Jucá (PMDB-RR), correu ao microfone:
— A liderança do governo encaminha o voto ‘não’ à emenda que derruba a medida provisória.
A senadora, então, reclamou:
— Mas eu nem falei e ele já está encaminhando o voto?