Lula não repete performance anterior, mas aliados dizem que Moro externou ‘parcialidade’
Nem tanto ao mar… Aliados do ex-presidente Lula deixaram Curitiba nesta quarta (10) comemorando, mas sabem que a performance do petista à frente de Sergio Moro não foi comparável ao desempenho que ele teve diante de um juiz de Brasília, em março. Naquela ocasião, fez do interrogatório palco de ato político. Desta vez, a aparição foi tensa. Ainda assim, para apoiadores, questões de Moro sobre temas alheios ao processo teriam evidenciado sua “parcialidade”, dando força à tese de que há perseguição.
Aí não Moro quis saber a opinião do ex-presidente sobre o julgamento do mensalão. Os advogados do petista o interromperam. A defesa avalia que o juiz queria, na verdade, com uma resposta de efeito de Lula, gerar desconforto com o Supremo.
Corpo fala Apesar de ter dito que se preparou para não se irritar, Lula aparentou, em diversos momentos, forte tensão. Quem o conhece reconheceu no cacoete de alisar o bigode com os dedos em forma de pinça seu principal sinal de ansiedade.
É o que é Sergio Moro, antes de começar a audiência, aparentou tranquilidade. Aos que falaram com ele, repetiu que não queria confusão. Reforçou que haveria um interrogatório e não um debate.
À prova de bala O Planalto cortou, em janeiro, o carro blindado que ficava à disposição de Lula. Diz que o contrato prevê que veículos deste tipo sejam usados só para serviço oficial e lembra que Fernando Henrique Cardoso também não tem direito a automóvel reforçado.
Em campanha Eduardo Braga (PMDB-AM) procurou Michel Temer no dia em que o TSE cassou o mandato do governador de Amazonas. Favorito para a nova eleição do Estado, acelerou reaproximação com o presidente.
Vou em paz Murilo Ferreira passa o bastão da Vale, no dia 15, a Fabio Schvartsman. Inicialmente irritado com a substituição, acertou os ponteiros com o sucessor e decidiu até fazer transição, de cerca de dez dias, para integrar o novo presidente ao ambiente da mineradora.
No muro Cobrado a se manifestar sobre a polêmica que envolve Rodrigo Janot e Gilmar Mendes, o presidente da OAB, Claudio Lamachia, saiu pela tangente.”O Poder Judiciário detém exclusiva atribuição para decidir”, disse.
No cartório O PSDB vai levar ao ar em seu programa de TV, nesta quinta (11), uma admissão de que a sociedade e a política se divorciaram. Reconhecerá que o clima é de descrença e que a sigla cometeu erros, mas vai dizer que está pronto para mudar.
De origem Após dúvidas sobre a estratégia a ser seguida, os tucanos decidiram exibir mensagens de seus nomes mais tradicionais, como Aécio Neves (MG), Geraldo Alckmin (SP) e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Mensagem direta O filme, que reproduz uma roda de conversa sobre a situação do país, sustentará que a solução para a crise não está fora da política, ao contrário. Dá o recado que a antipolítica fragiliza a democracia.
Carapuça O programa será exibido no momento em que o prefeito João Doria (SP), dono do mote “sou gestor, não político”, desponta nas pesquisas como opção viável do PSDB para o Planalto.
Andar com fé Com a posição contrária da CNBB às reformas do governo, o presidente Michel Temer decidiu procurar pessoalmente dois dos principais arcebispos da Igreja Católica: dom Odilo Scherer, de São Paulo, e dom Orani Tempesta, do Rio.
O infiltrado Cearense, Danilo Forte (PSB) apareceu no café da manhã que Temer ofereceu à bancada de São Paulo na Câmara. Foi convidado pelo colega Luiz Lauro Filho (PSB-SP), que coordena o grupo dos paulistas. Ao vê-lo, o presidente brincou: “Tá querendo virar paulista?”.
TIROTEIO
Levando em consideração que o Instituto Lula nunca realizou atividades de formação, encerrar suas ações é redundante.
DE FLORIANO PESARO (PSDB), secretário de Desenvolvimento Social de SP, sobre decisão de juiz de Brasília que mandou suspender a atuação da entidade.
CONTRAPONTO
Diagnóstico parlamentar
Na reunião de líderes do Senado sobre a reforma trabalhista, na terça (9), Paulo Paim (PT-RS) se exaltou. Acusou o presidente da Casa, Eunício Oliveira (PMDB-CE), e o governo Michel Temer de tentarem atropelar a tramitação da proposta. No fim do encontro, um senador perguntou a Eunício, que esteve internado por quase uma semana, como ele estava de saúde.
— Estou bem. Já até passei por um teste aqui, o teste do Paim — ironizou.
Ronaldo Caiado (DEM-GO), que é médico, interferiu:
— Estava observando a discussão acalorada sob o ponto de vista clínico. Posso garantir que está bem mesmo!