Governo inicia ofensiva publicitária com atleta paraolímpico defendendo reforma da Previdência

Painel

A grande aposta O governo coloca na rua nesta semana nova ofensiva publicitária em que tenta reverter a rejeição à reforma da Previdência. Todas as cidades com mais de 15 mil habitantes terão propagandas nas rádios a favor das novas regras. Na TV, os comerciais estreiam até quarta (10). O primeiro a ficar pronto segue estratégia de buscar rostos conhecidos para defender a proposta. É estrelado pelo atleta paraolímpico Fernando Fernandes, que faz discurso focado nas garantias a pessoas com deficiência.

Nada a menos O atleta inicia a peça com o discurso de que quer “dizer algumas verdades sobre a reforma da Previdência”. Reafirma que os direitos de pessoas com deficiência estão garantidos e fecha a fala com um “nada muda”. Por fim, diz que as mudanças vão proteger “as pessoas que mais precisam”.

Mudou A propaganda evidencia um cavalo de pau na estratégia de comunicação do Planalto, que antes apostava na tese de que o melhor discurso era o de que estava fazendo uma reforma que acabaria com privilégios.

Gente nossa Nem todos os porta-vozes da reforma serão celebridades. O governo quer gente comum nos filmes. Busca um personagem para falar sobre a aposentadoria do trabalhador rural.

Nem aí Contrárias às reformas, as centrais sindicais fecharam calendário de manifestações contra as mudanças. Dia 24 prometem “grande marcha” em Brasília.

Homem a homem Antes disso, no dia 15, farão “corpo a corpo nos aeroportos” com deputados e senadores em suas bases eleitorais.

Na fila Empresários argentinos não precisam mais enfrentar filas para entrar nos EUA. Após a visita de Mauricio Macri a Donald Trump, a Argentina foi incluída no Global Entry, programa de visitantes frequentes.

Para trás Há cinco anos, a CNI e o Conselho Empresarial Brasil-Estados Unidos pedem o benefício ao Brasil. O setor privado diz não entender o que está faltando.

Pior fica O pedido de impedimento do ministro Gilmar Mendes, do STF, no caso Eike Batista, feito por Rodrigo Janot, ampliou o clima de tensão no Supremo, já agudo desde a semana passada, quando a segunda turma decidiu, por maioria, soltar presos provisórios da Lava Jato.

Nem viu Mendes estava dando aula quando o pedido de Janot veio a público. Ainda assim, auxiliares do ministro começaram a levantar todos os casos em que o escritório da mulher dele atuou pelo grupo de Eike. Não há caso na área penal.

A céu aberto Com a ofensiva de Janot sobre Gilmar, a pressão recai sobre a presidente da corte, Cármen Lúcia. Ela pode decidir a questão sozinha ou encaminhar o caso ao plenário.

Olhai além A defesa do ex-presidente Lula não acredita que será acatado o pedido de adiamento do depoimento do petista a Sergio Moro, mas apresentou o pleito na segunda instância para causar constrangimento ao juiz e forçar a tese de que há cerceamento de defesa.

Na planície Caso seja mantida a proibição aos acampamentos pró-Lula em Curitiba, a militância trabalha um plano B. Petistas negociam usar um terreno próximo à rodoviária da capital para instalar palco para ato político e armar barracas.

No planalto Os integrantes da executiva nacional do PT que vão acompanhar o depoimento ficarão hospedados no hotel Pestana, em Curitiba, cuja diária está orçada em R$ 345 para esta terça (9).

Debate ampliado O ministro do TSE Herman Benjamin marcou encontro com corregedores eleitorais de todo o país para discutir a reforma política. Mais de 20 devem comparecer às reuniões que acontecem nesta terça (9) e na quarta (10).


TIROTEIO

O governo se preocupa mais em agradar seus aliados políticos na Câmara do que com a vida e a segurança da população.

DE RENATO SÉRGIO DE LIMA, presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, sobre a flexibilização por decreto de regras para o controle de armas.


CONTRAPONTO

Chega mais!

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes chegou um pouco atrasado ao encontro dos deputados da comissão da reforma política com o presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministro Gilmar Mendes, na semana passada.

Um funcionário do cerimonial correu para conseguir um lugar para o magistrado na sala lotada. Encontrou espaço ao lado de José Rocha (PR-BA) e perguntou se o deputado se importava em ficar próximo ao ministro.

Lucio Vieira Lima (PMDB-BA), presidente da comissão que analisa o tema na Câmara, soltou:

— É a mesma coisa que perguntar se gatinho quer leite!