Eduardo Cunha ameaça fazer delação e diz que pode ‘explodir’ o mundo empresarial
O grito O último recado enviado pelo ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) foi tão colérico que fez até seus aliados mais fiéis se afastarem. A um parlamentar, ele avisou que chegou ao limite e ameaçou fazer delação premiada. Disse que tem material para “explodir” o mundo empresarial, a começar por gigantes do setor de carne, já abalados pela Operação Carne Fraca, deflagrada pela PF no último mês. Seus advogados, porém, continuam negando que ele tenha disposição em fazê-lo.
Caminho Quem acompanha de perto os desdobramentos da Lava Jato acredita que Cunha seguirá o exemplo de Duda Mendonça e tentará fechar acordo de colaboração com a PF, e não com os procuradores. Dizem ainda que ele e o corretor Lúcio Funaro, também preso, jogam juntos.
Prepara Já fortemente implicado na delação da Odebrecht, o ex-ministro Antonio Palocci também é apontado como alvo dos relatos do publicitário João Santana, especialmente sobre os anos de 2010 e 2014, quando operou toda a arrecadação petista.
Maria Bonita A repercussão dos últimos dois vídeos com críticas ao governo Michel Temer, fez da produção de filmes a menina dos olhos do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), que agora quer publicar peças semanais nas redes sociais.
Cangaço digital Para que as críticas sejam replicadas com rapidez, auxiliares de Renan criaram diversas listas de destinatários, que recebem os filmes pelo WhatsApp. Eles foram divididos em grupos: prefeitos, deputados, senadores…
Duelo…Com cada vez mais espaço no Planalto, o subsecretário de Assuntos Jurídicos da Casa Civil, Gustavo Rocha, trabalha para que Roberto Freitas Filho seja nomeado desembargador do Tribunal de Justiça do DF.
… de titãs Freitas Filho está na lista tríplice à disposição do presidente Michel Temer, a quem cabe a indicação. A primeira colocada é Eliene Bastos, que tem proximidade com o relator da Lava Jato no STF, Edson Fachin.
Nossa vez A Associação de Juízes Federais da 1ª Região iniciou campanha para ampliar a presença de seus magistrados nos tribunais regionais eleitorais, reduzindo o número de cadeiras reservadas a juízes estaduais.
Primeiro plano O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e as propostas do governo Michel Temer terão destaque no programa nacional do PSD, que vai ao ar em rede nacional no dia 13.
Mestre dos magos Filiado à sigla, Meirelles aparecerá como um dos responsáveis pelas “reformas de que o país precisa”. O ministro, porém, não gravou depoimento para a peça. A direção do PSD diz que ele não precisa de tanta exposição.
Suando a camisa Os aparelhos de ar-condicionado do segundo andar do Planalto travaram na última quinta (7), mas os servidores não reclamaram. É que, na semana anterior, foi o gabinete de Michel Temer que ficou sem refrigeração. “É o ajuste”, brincou um assessor.
Sua vez Um grupo de sindicalistas cobra interferência direta de Aécio Neves, presidente do PSDB, para demover o deputado tucano Rogério Marinho da ideia de incluir o fim do imposto sindical no texto da reforma trabalhista.
Chegou a fatura O presidente da UGT, Ricardo Patah, espera se reunir com Aécio nos próximos dias. Quer levar um séquito de dirigentes da central que apoiou o tucano na eleição de 2014.
Deu like O Partido Novo atraiu mais atenções no Facebook do que o PSDB na primeira semana de abril. Segundo a ePoliticSchool, a sigla neófita teve 93,8 mil engajamentos, contra 27 mil dos tucanos — o interesse pelo partido registrou queda pela quinta semana consecutiva.
TIROTEIO
É uma proposta equilibrada. Ninguém que encare com seriedade a questão vai reclamar. Mas os abusadores nunca ficarão satisfeitos.
DO SENADOR ROBERTO REQUIÃO (PMDB-PR), sobre o relatório que apresentará no dia 19 a respeito do polêmico projeto que pune o abuso de autoridade.
CONTRAPONTO
À espera de um milagre
O prefeito de São Paulo, João Doria, começou a enfrentar resistência na Câmara paulistana.
Há algumas semanas, marcou reunião com a bancada governista para tratar do plano de privatizações, mas 20 dos 42 aliados não apareceram. Boa parte deles deseja indicar aliados para cargos na administração. Os demais têm reclamado que Doria os trata como subordinados.
Um dos primeiros sinais da insatisfação foi dado pelo vereador Adilson Amadeu (PTB):
— Hoje, apenas metade de mim é governista. No domingo, vou à missa com o Doria. Quem sabe volto totalmente convertido.