Da cadeia, Dirceu diz que delações de João Santana e sua mulher podem levar Lula e Dilma para prisão

Painel

Conselhos do cárcere Preso desde agosto de 2015, José Dirceu fez análises sobre o cenário político aos que o visitaram na cadeia recentemente. Sem traço de autopiedade, mais magro, mas com boa aparência, disse a aliados que o PT vem ignorando o risco de o ex-presidente Lula ser preso — cenário que ele considera provável, especialmente agora, com as delações do publicitário João Santana e sua mulher, Mônica Moura. Para Dirceu, Lula e Dilma Rousseff são os principais alvos da colaboração.

Mobilize Dirceu disse a mais de um interlocutor que o PT deveria preparar, desde já, junto a movimentos sociais e grupos da sociedade civil, grandes manifestações de rua para fazer frente a qualquer investida da Justiça contra o ex-presidente.

Palanque O relator da reforma política na Câmara, Vicente Cândido (PT-SP), convidou Lula para debater o assunto com o colegiado antes da votação de seu texto. Falta apenas acertar a data para a ida do petista à Casa.

Portas abertas A ideia do presidente do colegiado, Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), era abrir espaço na comissão para todos os ex-presidentes desde José Sarney. Até o momento, porém, só Lula acenou positivamente.

Na mesma Políticos experientes lembram que está errado quem acha que Renan Calheiros (PMDB-AL) tem espaço para disputar, em 2018, mandato de deputado federal para se eleger com mais facilidade. Com o filho à frente do governo de Alagoas, a legislação só permite que ele concorra ao cargo que já ocupa.

Pazes Emilio e Marcelo Odebrecht estão se reaproximando. Há três semanas o patriarca da empreiteira aproveitou que a carceragem da PF em Curitiba estava vazia e foi visitar o filho. Eles não se viam desde antes do Natal.

Na estrada O chanceler Aloysio Nunes planeja percorrer países da África em maio. Quer tomar pé de programas de cooperação fechados no governo Lula e deixados de lado por Dilma Rousseff.

Marca O prefeito de São Paulo, João Doria, vai veicular publicidade na noite deste domingo (9) celebrando seus 100 dias de governo. A peça tem jingle que repisa um de seus principais lemas da campanha eleitoral de 2016, o “João trabalhador”.

Tem mais O prefeito preparou ainda um outro filme, este de mais de dois minutos, para exibir em viagem à Coreia, onde encontrará com investidores. O tema é “São Paulo, cidade do mundo”, com narração toda em inglês.

No forno O Planalto contratou uma agência de propagandas, a Propeg, para fazer as novas peças de rádio e TV em defesa da reforma da Previdência. De início, quer frisar que com 25 anos de contribuição, segundo a proposta, é possível se aposentar.

New face A ideia é encontrar um âncora para os programas que não seja Michel Temer. A equipe de comunicação do governo busca um jornalista ou uma celebridade para assumir a missão.

Vai que dá A Frente Brasil Popular vai aproveitar o 1º de Maio para lançar o que chama de “plano de emergência para o Brasil”. No documento, volta a defender a antecipação das eleições presidenciais para este ano.

À nossa maneira O texto também fala da extinção da atual lei do impeachment, “com a adoção de referendos revogatórios para todos os cargos executivos”, e de uma reforma do Judiciário, que inclua mandato para membros de cortes superiores.

É coisa nossa Luís Roberto Barroso, do STF, participa neste sábado (8) do painel “Ética e Jeitinho Brasileiro”, no Conferência sobre o Brasil da Universidade de Harvard. Vai debater com o professor Michael Sandel. O evento reúne diversas autoridades, de Dilma Rousseff a Sergio Moro.


TIROTEIO 

Enquanto tem gente querendo construir muros, vamos derrubar as barreiras para o turismo gerar ainda mais emprego e renda.

DO MINISTRO MARX BELTRÃO (TURISMO), sobre acordo que prevê a implementação ainda este ano de visto eletrônico para EUA, Canadá, Austrália e Japão.


CONTRAPONTO

Questão de tempo 

Na terça (4), logo depois de Aécio Neves (PSDB-MG) fazer um discurso no Senado defendendo sua biografia e rebatendo acusações, o senador José Agripino Maia (DEM-RN) pediu a palavra:

— Há seis anos nós convivemos quase diariamente nesta Casa. Devo confessar que nos conhecemos há muito tempo, pois tinha tido papel de certa relevância na sucessão presidencial… Quando Tancredo Neves foi eleito, eu era governador. Eu o conheci menino.

Agripino fez, então, uma pequena pausa e continuou:

— Não que eu seja velho! Mas o conheci menino, assessor de confiança de Tancredo.