Temer rompe com Renan Calheiros depois de senador voltar a atacar propostas do governo

Separação litigiosa Michel Temer desistiu. Após receber sucessivas críticas do líder de seu partido no Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o presidente afirmou a aliados na noite de quinta (30) que, se o alagoano buscava o rompimento, conseguiu. A fagulha que levou à implosão da aliança foi um vídeo postado pelo senador na internet, no qual ele ataca propostas do governo. A decisão de usar as redes sociais para divulgar conteúdo explosivo rendeu um apelido a Renan no Planalto: “Trump do agreste”.

Vai sem ele A ordem no Planalto é seguir com a defesa de reformas, como a da Previdência, sem contar com qualquer ajuda de Renan. Para o governo, o senador vinha sinalizando uma ruptura. “Não existe casamento forçado”, resumiu um auxiliar de Michel Temer.

É guerra O Planalto não engole a tese de que o senador está se realinhando com o PT só de olho na eleição em Alagoas. Acredita que Renan busca, acima de tudo, suporte em diversas alas da Casa para segurar o tranco que se aproxima com os desdobramentos da Lava Jato.

Nem aí Por enquanto, Renan tem feito graça da situação. Disse recentemente que “nem lembrava mais como era bom ser oposição”. Sabe que pode atrapalhar os planos do governo. Como líder, tem a prerrogativa de indicar relatores de projetos e integrantes de comissões.

De qualquer jeito O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), vai para o tudo ou nada. Quer levar à votação na próxima semana o projeto que trata da dívida dos Estados. Governadores se recusam a apoiar a exigência de contrapartidas, mas o Planalto não abre mão.

Só os astros Em campanha pela aprovação do projeto de renegociação das dívidas, o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), se agarrou à astrologia. “Dizem que quando você faz aniversário acaba o inferno astral. Espero que seja verdade”, disse, na quarta (29), quando completou 62 anos.

Mordida O Senado vota na terça-feira (4) um requerimento de urgência para colocar em pauta projeto que transfere 30% dos recursos destinados às confederações do “Sistema S” para financiar a seguridade social.

Tem dono A proposta é do tucano Ataídes Oliveira (TO), que historicamente critica a destinação de recursos a essas entidades. O potencial para tumultuar a reforma da Previdência atraiu simpatia da oposição e de rebelados do PMDB para o projeto.

Sob pressão O governo já admite a possibilidade de mudar a regra de transição e a idade mínima de aposentadoria de trabalhadores rurais.

Conectados A reunião dos chanceleres de Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai para discutir sanções à escalada autoritária na Venezuela foi acertada em um grupo de WhatsApp. O encontro ocorre neste sábado (1), em Buenos Aires.

Tempo sombrio Segundo o ministro Aloysio Nunes, “a gravidade do quadro exigiu uma conversa pessoal”. Antes, ele falou por telefone com Julio Lopes, presidente do Parlamento venezuelano. “Houve ruptura da ordem constitucional.” Nova sanção só sairá se os quatro países chegarem a um acordo.

Visitas à Folha Flávio Dino (PC do B), governador do Maranhão, visitou a Folha nesta sexta (31), a convite do jornal, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Márcio Jerry, secretário de comunicação e articulação política, e Ednilson Machado, assessor de imprensa.

André Sturm, secretário municipal de Cultura de São Paulo, visitou a Folha nesta sexta (31). Estava acompanhado de Josephine Bourgois, secretária-adjunta, e Luciana Branco, assessora do Theatro Municipal de São Paulo.


TIROTEIO

João Doria está tão preocupado com 2018 que transformou o governador Geraldo Alckmin em auxiliar da sua candidatura.

DE PAULO FIORILO, presidente municipal do PT em São Paulo, sobre uma possível candidatura do prefeito da capital paulista à Presidência da República.


CONTRAPONTO

Sessão mística

No dia 3 de outubro de 2016, a esteticista Maria Aparecida Almeida apareceu no comitê da campanha de João Doria, nos Jardins, para oferecer uma massagem ao recém-eleito prefeito de São Paulo.

— Hoje é meu aniversário, não quero presente, mas quero dar um presente para ele — disse ela ao segurança.

Maria esperou Doria conceder entrevistas e, quatro horas depois, conseguiu oferecer o mimo ao tucano.

Doria aceitou, mas disse que tinha apenas 30 minutos e pediu que ela não usasse óleos. Logo depois da sessão de relaxamento, convidou a esteticista para almoçar.

— Não, obrigada. Já cumpri minha missão aqui hoje.