Meirelles quer acelerar queda da inflação e estuda reduzir meta oficial para 4,25% em 2018
Para baixo e avante Henrique Meirelles (Fazenda), quer acelerar a queda da inflação e estuda propor a redução da meta oficial. Fixada em 4,5% para este ano, ela seria reduzida para 4,25% no próximo e para 4% no seguinte. Meirelles teria que convocar uma reunião extraordinária do Conselho Monetário Nacional para rever a meta de 2018. Já a de 2019 será definida pelo colegiado em junho. Em janeiro, o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, sugeriu uma meta de 3%, a ser alcançada no longo prazo.
Alvo futuro Estudos preliminares feitos pelo Ministério da Fazenda sugerem que a redução da meta de inflação teria impacto positivo nas expectativas dos investidores, abrindo caminho para o Banco Central ser mais agressivo nos cortes da taxa básica de juros neste ano.
Olho no lance O Ministério Público de São Paulo pediu informações à prefeitura da capital sobre a propaganda do programa Cidade Linda, de João Doria, em jogos da seleção brasileira. A resposta deve ser dada em até 30 dias.
Aval A prefeitura recebeu o pedido nesta quarta (29). Doria consultou sua equipe jurídica antes de aceitar a publicidade, que foi doada pelo empresário Sidney Oliveira, dono da rede de farmácias Ultrafarma.
Troco Ao quitar nesta quarta (29) uma dívida de R$ 90 mil de IPTU que questionava na Justiça, João Doria contabilizou, só este ano, um gasto total de R$ 614 mil com o imposto, somados os valores pagos por todos os imóveis que possui na capital.
Parte que me cabe Renan Calheiros (PMDB-AL) não esconde mais o motivo de sua desavença com o governo Michel Temer. “Coalizão é sempre complexa, precisa de critérios. E se torna inviável quando desmerece um partido que tem 30% da Casa, que é o que acontece com o PMDB do Senado.”
Atenção especial A irritação do senador alagoano fez com que o Palácio começasse a analisar a recriação do Ministério dos Portos, uma reivindicação de Renan. O governo já coteja nomes para a pasta com o PMDB.
Paparico Para acalmar Renan, Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência) foram até o gabinete dele, no Senado, na noite desta quarta (29).
Salvo conduto O vice-procurador-geral Eleitoral, Nicolao Dino, diz no parecer sobre o processo que pode cassar a chapa de Dilma Rousseff e Michel Temer que “não há elementos nos autos que liguem” o presidente “aos fatos narrados pelos executivos da Odebrecht, referentes ao financiamento ilícito da campanha”.
Vice decorativo Na peça, Dino diz que ainda não encontrou indícios de que Temer “tenha tido conhecimento da prática de qualquer ilicitude”. “Também ausentes elementos que vinculem a figura do então candidato a vice à prática ou ao conhecimento dos demais fatos noticiados nos autos”, escreveu.
Nem ela, nem ele O vice-procurador lista esses elementos para concluir que “sem responsabilidade pessoal do segundo representado [Temer], não há que se falar em sua inelegibilidade”. Ele conclui o parecer pedindo a cassação dos diplomas de Dilma e Temer. À petista, sugere ainda a pena de inelegibilidade por oito anos.
Congelados Com a expectativa de que trechos da delação da Odebrecht serão divulgados na próxima semana –mesmo período em que o pedido de cassação da chapa começará a ser julgado–, aliados do governo preveem que Câmara e Senado não vão votar projetos importantes.
Laranjal O ex-presidente Lula está em campanha, ao menos em Ipojuca (PE). Com a impugnação de Romero Sales (PTB), o vencedor da eleição local, o petista passou a apoiar a candidatura da mulher de Sales, Célia (PTB). A disputa ocorre no domingo (2).
Na TV Criticado pela falta de mulheres no governo, o PMDB decidiu exibir a bancada feminina na propaganda partidária. Ao todo, dez políticas falam ao longo da peça. Homens? Dois.
TIROTEIO
Abertas as portas do inferno, se vê a angelical Gleisi, Lula e demais petistas dizendo: ‘Nós destruímos o país, mas somos santos’.
DE JOSÉ ANÍBAL (PSDB-SP), presidente do Instituto Teotônio Vilela, sobre as críticas da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) ao governo de Michel Temer
CONTRAPONTO
Pequenas causas
O deputado Paulinho da Força (SD-SP) resolveu aderir à modernidade e trocar seu velho celular por um smartphone.
Ainda em adaptação, esqueceu o aparelho sobre a bancada de uma comissão e foi para o plenário. Quando se deu conta, voltou à sala e surpreendeu-se ao encontrar o telefone são e salvo:
–Falam todo tipo de coisa dos deputados, mas olha só– fez piada, com o celular na mão.
Um funcionário da Casa retrucou:
–É que por aqui o pessoal está pensando em coisa muito maior do que isso.