Planalto e deputado tentam convencer Senado a não votar texto alternativo sobre terceirização
Terceiras intenções Com o aval do Planalto, Rogério Marinho (PSDB-RN) vai tentar convencer o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-AL), a não colocar em pauta o projeto sobre terceirização que poderia amenizar o texto aprovado pelos deputados na semana passada. Relator da reforma trabalhista na Câmara, Marinho pedirá que, em vez de patrocinarem norma alternativa, senadores citem pontos que julgam importantes para que ele os inclua na proposta que está sob sua guarda.
Tête-à-tête Marinho se reúne com Eunício nesta terça (28). Em seguida, fala com o líder do governo na Casa, Romero Jucá (PMDB-RR).
Planilha O Planalto e o relator da reforma levantaram pontos que o presidente do Senado quer ver contemplados. Entre eles: a criação de dispositivo que proíba transformar efetivos em terceirizados e artigo que obrigue firmas contratantes a reter impostos para evitar calote da prestadora de serviços.
Insurgente O ministro Ronaldo Nogueira (Trabalho) tentou evitar a votação da terceirização na semana passada. Argumentou que ela ampliaria a pressão contra a reforma trabalhista. O Planalto não comprou a tese. Viu no gesto do auxiliar uma extensão da rebeldia da bancada do seu partido, o PTB.
Pressa O governo trabalha para fechar acordo e votar nesta semana projeto que trata da renegociação da dívida dos Estados. Falta vencer a resistência dos governadores às contrapartidas.
Reforço Procuradores de Estados adotaram emenda do vice-presidente da Câmara, Fábio Ramalho (PMDB-MG), ao projeto de recuperação fiscal. O deputado propõe que a União desconte das dívidas estaduais aquilo que deve às unidades da federação em decorrência da Lei Kandir.
Fixação Temer já havia comido dois pratos de tambaqui em almoço do líder do DEM na Câmara, Pauderney Avelino (AM), neste domingo (26), quando decidiu comer um terceiro, desta vez de carne. Tudo para evitar críticas em tempos de Carne Fraca.
Bola dentro A CBF vai lançar um torneio de futebol para inclusão de jovens, o CBF Social. A iniciativa será anunciada em abril, em parceria com a Associação Paulista de Municípios e a Federação Paulista de Futebol.
Sem currículo Começou movimento no Congresso para enfraquecer a chamada “Lei das Estatais”, sancionada no ano passado com o discurso de que ajudaria a impedir a ingerência de políticos em empresas públicas. Parlamentares dizem agora que o governo está tendo problemas para preencher vagas.
Três é demais Entre outros pontos, querem diminuir a carência de três anos exigida pela lei para a nomeação de pessoas que tenham exercido atividades em partidos ou que tenham disputado cargos em eleições.
911 O ministro Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo) passou sufoco para sair do Planalto na última terça (21). Eram 23h15. Os elevadores que levavam à garagem estavam desligados, e todos os acessos, fechados. Ao lado de um assessor, teve de esmurrar uma porta até que alguém o libertou.
Sem limite 1 Condenado no mensalão, o ex-deputado Valdemar Costa Neto (PR-SP) acelerou seu projeto de criar um novo partido, o Muda Brasil. Montou uma comissão para conferir assinaturas coletadas no último ano. Aliados dizem que faltam apenas 50 mil signatários para pedir o registro ao TSE.
Sem limite 2 Costa Neto manda no PR, mas quer mais uma legenda para ter um segundo instrumento de pressão nas negociações com o governo e, claro, garantir nova fatia do fundo partidário. Raciocínio semelhante ao de Gilberto Kassab, do PSD, que tentou recriar o Partido Liberal (PL), em 2015.
TIROTEIO
A manipulação é brutal. Vazam depoimentos contrários à campanha da Dilma, mas não o meu, que desmente todas as acusações.
DO PREFEITO EDINHO SILVA (PT-SP), ex-tesoureiro da campanha de Dilma, sobre o vazamento de depoimentos de ex-executivos da Odebrecht ao TSE
CONTRAPONTO
Pato aqui, pato acolá
Em ato contra a terceirização, a oposição a Michel Temer na Câmara levou patinhos de plástico em formato de boia para o plenário, emulando o famoso pato da Fiesp.
— Essa boia é para tentar salvar o PT do desastre! — provocou o deputado Nilson Leitão (PSDB-MT).
— Esse pato não devora milho, mas direitos — rebateu Chico Alencar (PSOL-RJ).
O bate-boca prosseguiu, mas a maior disputa em torno dos patinhos ocorreu logo após o final da sessão.
Deputados e funcionários travaram uma batalha para ver quem ficava com os adereços. Queriam levá-los para seus filhos e netos.