Com bens bloqueados, parentes de Cunha sondam antigos aliados sobre possibilidade de ‘vaquinha’
Acabou o dinheiro Remanescentes da tropa de choque de Eduardo Cunha iniciaram conversas no fim de 2016 para arrecadar recursos para a família do deputado cassado, que está com os bens bloqueados há nove meses. A sondagem, recusada por alguns, mas com a adesão de cerca de dez aliados, foi feita a pedido de parentes que o visitaram em Curitiba, onde o peemedebista está preso desde outubro. Com o retorno do recesso parlamentar, no entanto, a iniciativa acabou em segundo plano.
Linhas de ouro Ainda antes de ser preso, mas já com os recursos indisponíveis, Cunha chegou a dizer que uma das principais razões para escrever seu livro era o pagamento que receberia.
Prova dos nove Aliados viram nas novas perguntas de Cunha a Michel Temer uma “evolução”. Dizem que agora ele evitou questões sem conexão com o caso para que não fossem barradas pela Justiça.
Jogo do bicho Não é só a Odebrecht que usa codinomes para os políticos. Na PF, Geddel Vieira Lima só é chamado de “Jacaré”, por conta de Lucio Funaro ter dito que sua “boca para receber” era do tamanho da do animal.
Bandeira branca Apesar de Temer ter endurecido o jogo com Rodrigo Maia na escolha do líder do governo, há no entorno dos dois presidentes gente disposta a atuar pela pacificação do ambiente. “Somos parceiros do mesmo projeto”, diz um ministro.
Meu Brasil Segundo Carlos Velloso, Aécio Neves tentou convencê-lo a aceitar o Ministério da Justiça. “Pense no Brasil”, afirmou o senador, segundo o ex-futuro-ministro. Velloso disse à coluna estar com “o coração partido”.
Alma do negócio O Planalto se enfureceu com o desfecho do caso. Acha que Velloso se aproveitou do convite e da relação para se promover.
Teco-teco Desde a morte de Teori Zavascki, algumas autoridades passaram a recusar o modelo mais simples dos aviões da FAB disponíveis para deslocamentos oficiais.
Mais um O promotor José Carlos Bonilha recorreu de decisão da Justiça que considerou improcedentes as ações contra Geraldo Alckmin, o prefeito João Doria e seu vice, Bruno Covas, por abuso de poder político.
Em frente A Procuradoria Eleitoral em São Paulo decidiu pedir ao TRE a condenação dos tucanos com base na nomeação de Ricardo Salles para a Secretaria estadual de Meio Ambiente. A pena máxima pode ser a cassação da chapa Doria-Covas e a inelegibilidade de Alckmin.
Letra da lei O procurador Luiz Carlos dos Santos Gonçalves diz que houve desvio de finalidade, “uma vez que Salles foi alocado no governo Alckmin em troca do apoio do PP à candidatura de Doria”.
Deixa comigo Bruno Covas usou a prerrogativa de prefeito interino, na ausência de Doria, para aplicar a “multa do atraso” criada pelo chefe. Nesta sexta (17), Marcos Penido chegou 17 minutos após o início de uma reunião e desembolsou R$ 200.
Para onde vamos? O PT se reúne na segunda (20) para discutir sua posição na eleição da Mesa Diretora da Assembleia paulista. A maioria da bancada defende o apoio ao candidato do PSDB, Cauê Macris, para garantir espaço na direção da Casa.
Lá ou cá Será debatida a possibilidade de o PT lançar um candidato “para demarcar oposição a Alckmin” ou ainda fechar acordo com os dissidentes governistas e apoiar Carlos Cezar (PSB).
Visita à Folha Jorge Cabral, embaixador de Portugal no Brasil, visitou a Folha nesta sexta (17), a convite do jornal, onde foi recebido em almoço. Estava com Paulo Lourenço, cônsul-geral em São Paulo, João Pignatelli, conselheiro de Imprensa e Cultura, e David Seromenho, assessor de imprensa.
TIROTEIO
Como ministro, Roberto Freire deveria ter expressado seu respeito ao grande Raduan Nassar, mesmo discordando de suas opiniões.
DO VEREADOR EDUARDO SUPLICY (PT-SP), sobre o discurso em que o ministro da Cultura atacou o escritor após fala contundente contra o governo Temer.
CONTRAPONTO
Cada qual em sua asa
Em debate sobre modernização trabalhista, promovido pela liderança do PSDB na Câmara, o deputado Rogério Marinho, relator da matéria, defendia a aprovação de um texto audacioso, sob risco da iniciativa virar um “voo de nambu”. Poucos entenderam a expressão.
— Nambu é um pássaro que a gente caça lá no Rio Grande do Norte. Como ele voa baixo, você pega a espingarda e ‘pum’, acerta o bicho — explicou.
Ao seu lado, o líder do PSDB na Câmara, Ricardo Tripoli, defensor dos animais, emendou:
— Isso é politicamente incorreto, viu, gente? Vamos para o voo do gavião, porque esse, sim, alça voo!