Grupo de Maia busca acordo para evitar que briga por cargos na Câmara desmonte base de Temer

Painel

Papel passado Para evitar uma batalha que pode deixar sequelas na base de Michel Temer, o grupo de Rodrigo Maia deve formalizar um acordo interno, impedindo que os partidos do bloco governista tentem roubar vagas uns dos outros na eleição da Câmara. Pelo regimento, todas as siglas aliadas podem concorrer aos cargos da Mesa Diretora, desde que integrem o bloco que tem direito à vaga. Com o acerto, os partidos vão se comprometer a só disputar os postos definidos previamente pelo grupo.

A onda leva Um deputado influente na bancada do PMDB sustenta que, ainda que Temer prefira que não se formem blocos na disputa na Câmara, o partido não tem como ficar fora caso os aliados todos decidam compor.

Voz da experiência A despeito das versões de que Temer não tem lado na disputa, um experiente ministro explica por que Maia é o favorito: “Temer venceu a eleição da Câmara três vezes. Não perderia agora que tem a caneta presidencial na mão”.

Tudo menos isso Além do estrago no próprio governo, há no Planalto quem tenha outra preocupação pós-homologação das delações dos executivos da Odebrecht: possíveis vazamentos que possam tumultuar as eleições na Câmara e no Senado.

Ampulheta Um palaciano próximo de Temer diz que, com a expectativa de que o novo relator da Lava Jato seja designado já nos próximos dias, a semana que vem é um “horizonte razoável” para a nomeação do substituto de Teori Zavascki no STF.

Nas asas A possibilidade de que Edson Fachin assuma a vaga na segunda turma no Supremo e fique com a relatoria da operação foi assunto da viagem de Temer ao Nordeste. O ministro do STF acabou elogiado no avião que transportava o presidente.

Separados no ninho Enquanto aguardavam a chegada de Temer no ato em memória às vítimas do Holocausto, no domingo (29), os tucanos presentes se dividiram em dois grupos: de um lado, Geraldo Alckmin e João Doria, do outro, José Serra.

Nem me viu O governador e o prefeito conversavam ladeados de seus respectivos secretários. O chanceler interagia com outros convidados do evento. Os três tucanos paulistas não participaram das mesmas rodinhas.

Casa de ferreiro Depois de ter se tornado figura chave do governo durante a crise no sistema prisional, o general Sergio Etchegoyen, ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), passará a ter, ele próprio, reforço em sua segurança pessoal.

Preto no branco A determinação, prevista na lei que regula as atribuições do gabinete, deve ser assinada por Temer nos próximos dias.

Nem vem Ricardo Patah, presidente da UGT, tenta mobilizar as centrais sindicais para impedir que o governo avance com a proposta de liberar acesso direto de bancos aos recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador, sem passar pelo BNDES.

Às urnas O MST aderiu à bandeira de convocação de eleições gerais para o Congresso e para o Planalto. Texto recém-aprovado pela coordenação nacional do movimento diz que é preciso “devolver ao povo o direito de escolher seus representantes”.

Sigam-me O ministro Gilberto Kassab, presidente nacional do PSD, elegeu São Paulo como foco principal do partido, com vistas à disputa de 2018. Depois de se tornar a terceira sigla que mais cresceu no país nas eleições de 2016, Kassab quer agora criar “um modelo de gestão PSD”.

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Que rei sou eu? Embora não tenha a pretensão de assumir o comando do PSD paulistano, Andrea Matarazzo atua para estruturar o partido na capital. Sob sua coordenação, serão criados 32 diretórios para acompanhar cada uma das regiões da cidade.


TIROTEIO

O que foi detalhado pelos diretores da Odebrecht é de interesse público e o quanto antes estiver às claras, melhor.

DO DEPUTADO CHICO ALENCAR (PSOL-RJ), em defesa da retirada do sigilo dos depoimentos prestados pelos executivos da empreiteira nas delações premiadas.


CONTRAPONTO

Pernambuquério

Em viagem a Pernambuco nesta segunda-feira (30), Michel Temer deu carona no avião presidencial a vários ministros do Estado. Descontraído, o titular da Defesa, Raul Jungmann, decidiu fazer piada e colocar um apelido em cada um dos colegas pernambucanos de Esplanada.

— Bruno Araújo (Cidades) é o “arquiteto”, Fernando Filho (Minas e Energia) é o “engenheiro”… E Mendonça Filho (Educação), o “professor”.

Ao ouvir seu apelido, Mendonça decidiu não deixar Jungmann sem seu codinome:

— E você, para conseguir cuidar de tanto general, só pode ser o “marechal”!