Câmara antecipa votação para reconduzir auxiliar de Temer citado por Calero ao conselho do MP
Enquanto é tempo O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), avisou aos líderes de bancadas que fará, já na próxima terça-feira (6), a eleição que pode levar à recondução de Gustavo Rocha para o Conselho Nacional do Ministério Público — posto que só ficaria vago em junho do ano que vem. Rocha é o subchefe de assuntos jurídicos do Planalto, gravado em telefonema por Marcelo Calero no caso Geddel. Há receio de que a votação mais à frente comprometa a recondução ao cargo.
Na paz Rocha diz que a decisão de antecipar a votação em mais de seis meses tem como objetivo evitar que os postos fiquem vazios quando as vagas surgirem é que a votação antes do prazo estava definida há tempos.
Nem vem A despeito da vontade de alguns integrantes da Comissão de Ética da Presidência de investigar Calero, o presidente do colegiado, Mauro Menezes, diz que não pretende colocar o caso em pauta na próxima reunião.
Longe daqui Ele diz que o STF já considerou legal a gravação de conversas por um dos participantes e que os registros divulgados até aqui não mostram nenhuma matéria de segurança nacional ou que tenham causado prejuízo ao interesse público.
Sobrando A aprovação de emendas ao projeto anticorrupção com quorum expressivo — acima de 308 votos — mostrou um dado incômodo para a Lava Jato: há deputados suficientes para passar qualquer PEC que imponha limites à força-tarefa.
Dono da bola De Carlos Marun (PMDB-MS), sobre a ameaça de procuradores de abandonar a Lava Jato caso o texto passe pelo Senado: “Parecem guri de prédio, que quando está perdendo no futebol decide levar a bola embora para acabar com o jogo.”
Cinderela Depois de a votação das medidas ter invadido a madrugada, Júlio Delgado (PSB-MG) propõe que o expediente no plenário se encerre às 23h. “Fora boate e casa de show, nada funciona bem depois da meia-noite.”
Diga não Após o ato contra o governo Temer terminar em depredação, o GSI (Gabinete de Segurança Institucional) solicitou ao governo do Distrito Federal que fossem proibidos protestos na Esplanada. O governador Rodrigo Rollemberg negou o pedido.
Digo sim O governo argumentou que as manifestações são permitidas há muitos anos e que as gestões do PT também tentaram impedi-las. Não faria sentido mudar de posição agora. Disse ainda que conta com a colaboração dos órgãos federais para monitorar e prevenir conflitos.
Culpa o mordomo No jantar de Michel Temer com aliados no domingo (27), o presidente foi submetido a uma saraivada de críticas à comunicação do governo e ouviu conselhos para reforçar a equipe do Planalto.
Veja bem Quase todos reprovaram a decisão do presidente de convocar uma entrevista em pleno domingo, transmitindo nervosismo em relação ao caso Calero. Apenas Moreira Franco apoiou a realização da coletiva.
Por mais vozes Não pegou bem entre alguns ministros do STF o fato de a decisão determinando que aborto até o terceiro mês de gestação não é crime ter sido tomada pela turma da corte, não pelos 11 magistrados.
Não vale Segundo esses críticos, definição de tema tão polêmico precisaria ser tomada pelo conjunto do Supremo.
Metralhadora O ex-governador Anthony Garotinho vai atirar para todos os lados. Fará acusações contra Sérgio Cabral, Luiz Fernando Pezão, Fernando Cavendish e o desembargador Luiz Zveiter.
Hasta siempre O governo cubano convidou José Dirceu para a cerimônia fúnebre de Fidel Castro. Como o petista está preso, o convite foi estendido à sua família.
TIROTEIO
Essas emendas não são emendas, são encomendas para indispor todo o Congresso com a opinião pública.
DE ALOYSIO NUNES (PSDB-SP), líder do governo no Senado, sobre a Câmara aprovar emendas que desfiguraram o pacote anticorrupção do Ministério Público.
CONTRAPONTO
O tempo passa, o tempo voa
Em junho de 1998, o então presidente da Câmara, Michel Temer, defendeu a volta da inflação, desde que a manobra permitisse investimentos na área social.
— A crítica que fazemos é que o social não está aparecendo. Valeria a pena pensar muito no social, mesmo que voltasse minimamente a inflação — disse Temer, referindo-se à gestão Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
A proposta foi, imediatamente, contestada pelo líder tucano na Casa, deputado Aécio Neves:
— Não vamos agir de forma inconsequente, deixar a inflação subir um ou dois pontos sem saber se depois vamos conseguir controlá-la.