Para evitar racha no partido, Lula sinaliza que pode assumir presidência do PT
Diga ao povo que… Em um evento em Belo Horizonte, nesta segunda (28), Lula sinalizou pela primeira vez que pode assumir a presidência do PT. O ex-presidente ainda resiste, “faz charme”, segundo um de seus mais próximos interlocutores, mas admite que talvez não tenha alternativa a não ser aceitar provisoriamente o posto para evitar um racha na sigla. A despeito da Lava Jato, Lula faz planos para sua candidatura presidencial. Seu entorno quer lançá-lo ao Planalto logo após o Carnaval.
Virou a chave Lula abandonou o figurino “deprimido” e voltou a se “pintar para a guerra”. Diz um petista: “Não está mais triste. Encheu o saco de ficar na defensiva”.
Sonho meu O ex-presidente retomou um hábito antigo: chamar economistas e comunicadores para reuniões internas. Está trabalhando em uma versão 3.0 de seu projeto econômico. Busca um modelo que reanime o PIB.
Ideia fixa Com o pedido de impeachment de Michel Temer, a oposição fala em retomar a ideia de apresentar uma PEC por eleições diretas — o plano, porém, não foi adiante da primeira vez.
Focado Um dos objetivos do governo no ano que vem é sacar a Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, uma das mais importantes da Casa, das mãos do PT. O tucano Tasso Jereissati é visto com bons olhos para o posto.
Pinguela O Ponte para o Futuro, espécie de plano de governo lançado pelo PMDB antes do impeachment, completa seu primeiro aniversário com a economia do país ainda nas cordas.
Ponte em obras O secretário Moreira Franco (Investimento), mentor do documento, fará seminário em Brasília, em 14 de dezembro, para comemorar a data. Entre os debatedores estão os economistas Mansueto Almeida, Affonso Pastore, Marcos Lisboa e Armínio Fraga.
Pé no acelerador Mendonça Filho (Educação) foi pessoalmente a Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara, pedir que o colega agilize a tramitação da medida provisória do ensino médio.
Ponta do lápis O ministro quer evitar que um agravamento da crise política faça o texto entrar no ano que vem sem ter sido votado pelo Congresso Nacional, o que atrasaria sua aplicação.
Ufa O mercado financeiro respirou aliviado com o fato de as gravações de Marcelo Calero apenas confirmarem o que disse o ex-titular da Cultura, mas não avançarem contra o ministro Eliseu Padilha.
Ele não! Dez de cada dez analistas de corretoras veem Padilha como arrimo político de Temer — posição vista como exagerada no PMDB, partido do chefe da Casa Civil.
Só um “fatozinho” Pelo que disse se lembrar da conversa, segundo relatos, Padilha afirmou ter mostrado a Calero como levar o caso à AGU.
Aqui se paga (on-line) Da senadora Kátia Abreu, sobre a saída de Geddel Vieira Lima: “Antigamente, o castigo vinha a cavalo. Agora é por e-mail mesmo, com o céu todo informatizado e cheio de sala da situação”, brinca.
Barrados no baile Rivais reclaman que Rodrigo Maia não tem convidado outros possíveis candidatos à Câmara para reuniões que tratam da pauta da Casa.
Visita à Folha Jerson Kelman, presidente da Sabesp, visitou a Folha nesta terça-feira (29), onde foi recebido em almoço. Estava com Rui de Britto Álvares Affonso, diretor econômico-financeiro e de relações com investidores, e Adriano Stringhini, superintendente de comunicação.
Germano Silveira de Siqueira, presidente da Anamatra (Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho) visitou a Folha nesta terça (29). Estava acompanhado de Viviane Dias Maciel, assessora de imprensa.
TIROTEIO
Os protestos em Brasília e as galerias do Senado vazias mostram a falta de sintonia do governo e de sua base com os anseios do país.
DE HUMBERTO COSTA (PE), líder do PT no Senado, sobre as manifestações contra o governo Michel Temer e a votação da PEC do teto de gastos.
CONTRAPONTO
“Faça o que eu falo, não faça o que eu faço”
Em maio, logo que assumiu o Ministério da Cultura, Marcelo Calero gravou depoimentos para o canal de comunicação interna do governo Michel Temer.
Em um vídeo de pouco mais de um minuto, Calero falava que a decisão do presidente de recriar a pasta acontecia “em boa hora”.
— O presidente Temer esteve sensível ao apelo e ao simbolismo do Ministério da Cultura — disse.
Em seguida, o recém-empossado ministro emendou:
— É aquilo que o presidente Temer fala: quando você comete um equívoco, você não tem que insistir no equívoco, tem que corrigi-lo.