Enquanto se articulam para anistiar caixa dois, deputados já falam em mudar lei das delações
Mata no peito Caciques da Câmara ainda não chegaram a um texto final da lei para anistiar o caixa dois, mas estão decididos a enfrentar o desgaste de perdoar quem usou dinheiro não declarado em campanhas. Congressistas se dizem fartos da pressão do Ministério Público e tentarão uma votação relâmpago com o intuito de reduzir a exposição negativa. Alguns já falam em mudar a lei da delação premiada também. Um dos pontos é permitir a revogação de acordos em caso de vazamento à imprensa.
Todos por um Como o relator das medidas propostas pelo Ministério Público não acatou o texto da anistia, líderes partidários cogitam apresentar uma emenda conjunta para evitar que apenas um deputado sofra o desgaste de promovê-la sozinho.
Corda no pescoço “Está todo mundo cheio do ativismo do MP”, diz um importante porta-voz da base do governo, em claro sinal de que parte expressiva do Congresso vê a Lava Jato como rival.
Segue o jogo O parecer de um consultor da Câmara contra a tese da reeleição do presidente da Casa não deve alterar a estratégia de Rodrigo Maia, que tenta ser reconduzido ao comando da instituição no ano que vem.
Sinal verde Contra o parecer do consultor, encomendado meses atrás por Eduardo Cunha quando Maia sequer era opção para o posto, o atual presidente da Câmara apresentará pareceres de quatro renomados juristas, entre eles Heleno Torres.
O bastante Com isso, não está no radar de Maia consultar formalmente a Comissão de Constituição e Justiça.
Para a torcida Caso o PT decida lançar um candidato à sucessão de Maia, deputados trabalham para escolher alguém que tope uma campanha light, sem agressões ao atual presidente. O único objetivo real da sigla é garantir um lugar entre os principais cargos da instituição.
Leitura dinâmica Na visita que fará a Eduardo Cunha em dezembro, o peemedebista Carlos Marun levará ao ex-deputado o livro “Flores da Cunha de Corpo Inteiro”, de Lauro Schirmer, sobre a história do general gaúcho.
Rufam os tambores A reforma da Previdência vai mesmo ao Congresso antes do segundo turno do teto de gastos, em 13 de dezembro.
Ctrl + Z Depois da confusão, o Planalto pediu para que André Moura (PSC-SE), líder do governo, refaça o parecer do projeto de lei sobre os acordos de leniência. A ordem é contemplar os interesses de Ministério Público, TCU e Transparência.
Parlatório O deputado deve retomar conversas com representantes desses órgãos nos próximos dias. A ideia é ter a redação final do texto aprovada antes do fim do ano.
Uma nota só A regulação da leniência é um dos assuntos que Michel Temer quer tratar na rodada de conversas com Supremo, Tribunal de Contas e Ministério Público. “Precisamos falar a mesma língua. Essas empresas são as maiores empregadoras do país”, diz um ministro.
Todos juntos Líderes das bancadas na Câmara também foram convidados por Temer para o jantar desta noite no Palácio da Alvorada.
Apertem os cintos Há pouco menos de duas semanas, o telefone celular de um alto funcionário da Esplanada “desapareceu” dentro de um voo da FAB. Por orientação do ministério, ele preferiu não registrar a ocorrência.
Meio cheio, meio vazio A hipótese de protelação do julgamento contra a chapa Dilma-Temer não necessariamente significa alívio para o presidente da República.
Bebê de Rosemary Isso porque o fantasma da cassação continuará assombrando o governo durante o ano que vem. Se estiver fraco, o assunto pode entrar na pauta.
TIROTEIO
O vermelho de Lula sumiu, e o de Trump coloriu o mapa. Os populismos de esquerda e de direita se encontrarão no infinito.
DE GAUDÊNCIO TORQUATO, consultor de comunicação e amigo do presidente Michel Temer, sobre a eleição do republicano à Casa Branca.
CONTRAPONTO
Acostumado a bloquear os perfis que aparecem em suas redes sociais para escrever desaforos, o deputado Lucio Vieira Lima (PMDB-BA) ficou todo prosa com uma resposta dada a um internauta. Ao comentar um post do peemedebista, o rapaz — chamado Gideon Dell — atacou o deputado e seu irmão Geddel, ministro de Temer:
— Tudo farinha do mesmo saco, esse tal de Geddel e o irmão — provocou.
O peemedebista retrucou na hora:
— Você ficou chateado porque seus pais queriam que você se chamasse Geddel, mas o cara do cartório errou e registrou Gideon Dell…