Gilmar Mendes vai retirar do Congresso propostas que criam cargos para Justiça Eleitoral
Pé no freio Presidente do TSE, o ministro Gilmar Mendes vai retirar do Congresso todas as propostas que criam cargos para a Justiça Eleitoral. Pretende adequá-las à realidade fiscal do país antes de decidir se está disposto a patrocinar alguma medida. A decisão atinge projetos de lei com previsão de 940 novos cargos e 410 funções comissionadas. A conta é salgada: R$ 132 milhões ao ano. O magistrado tem criticado o lobby de corporações por aumentos salariais e benesses no atual momento de crise.
À paisana O traje usado por Eduardo Cunha vem chamando a atenção de quem se depara com o ex-deputado na carceragem da PF. Acostumado a só se deixar ser visto de terno e gravata, agora ele passa o dia de calça de moletom, camiseta e chinelos.
É receita de bolo Ele está sempre com muitos papéis a tiracolo, que diz ser o seu processo — Cunha tem na ponta da língua cada detalhe do caso. A maioria que o encontra, porém, afirma acreditar que os documentos fazem parte de sua delação.
Em cólicas O governo de Michel Temer está de TPM — “Tensão Pré-Marcelo”. É altíssimo o nível de apreensão com a delação de Marcelo Odebrecht e dos demais executivos da empreiteira.
Efeito colateral A avaliação no Planalto é que os esperados vazamentos dos capítulos da colaboração premiada conturbarão o Congresso e atrapalharão votações importantes em 2017, como a reforma da Previdência.
Imortal De Bruno Covas, autor da emenda que impede políticos de legalizar recursos mantidos no exterior: “Achei que liberar políticos e seus parentes para repatriar era assunto morto. Mas pelo visto alguns parlamentares são fãs de ‘The Walking Dead'”.
É o amor Até pouco tempo atrás em lados opostos, os tucanos José Serra e Aécio Neves começaram a se aproximar em junho deste ano. A afinidade cresceu por um propósito comum: barrar o avanço de Geraldo Alckmin como nome do PSDB para 2018.
Torre de controle Levantamento de passagens aéreas emitidas pelo Ministério da Educação entre 2010 e 2015 mostra que a pasta gastou mais nos anos em que houve eleição presidencial.
Uso da máquina, eu? Em 2010, primeira disputa de Dilma Rousseff, o desembolso bateu R$ 24 milhões com 26.399 passagens. O número cai drasticamente em 2011, quando 8.619 bilhetes foram emitidos por R$ 7,9 milhões.
Pelos ares Em 2014, nova explosão: foram geradas 15.133 passagens — R$ 18,5 milhões — no ano em que Dilma foi reeleita. A despesa caiu pela metade em 2015: foram 7.511 bilhetes que custaram R$ 8 milhões à pasta.
Meninos, eu vi Ex-secretário de Imprensa do Planalto e ex-assessor do Ministério da Fazenda, o jornalista Rodrigo de Almeida lança em novembro “À sombra do poder, bastidores da crise que derrubou Dilma Rousseff”.
Bico No livro, o autor narra as ameaças de Joaquim Levy, então chefe da equipe econômica, de sair do cargo, e conta como o governo tinha de operar para acalmar o mercado e segurar o dólar.
Rir ou chorar? Também cortado do Conselhão, o neurocientista Miguel Nicolelis brincou em um grupo de WhatsApp assim que recebeu o comunicado da Casa Civil anunciando que estava fora do órgão: “Não sei se comemoro ou se ignoro”.
Pense em mim Depois de mudanças na Procuradoria e na Ouvidoria da Câmara, o presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ) discute a possibilidade de trocar também a chefia da Corregedoria da Casa.
Livre Apesar de ter mandato de dois anos, o corregedor Carlos Manato (SD-ES) diz que Maia pode ficar “à vontade” se precisar usar seu posto para composição política.
TIROTEIO
Isso é assunto do Congresso. O governo não tem nenhuma razão para se meter nisso. Se houver um candidato único, maravilha.
DO MINISTRO GEDDEL VIERA LIMA (Governo), sobre rumores de que o Planalto apoiaria a reeleição de Rodrigo Maia para o comando da Câmara.
CONTRAPONTO
Quem manda não tomar fosfosol
Em 1997, quando presidiu a Câmara pela primeira vez, Michel Temer foi orientado a decorar os nomes de todos os deputados federais. Mas sempre empacava no de um congressista em particular: Augusto Viveiros.
Um amigo experiente, então, sugeriu que Temer recorresse a uma associação qualquer para ajudá-lo a refrescar a memória.
— Lembre-se sempre daquele negócio de guardar passarinho — propôs o aliado.
Dito e feito. Dias depois, ao encontrar Viveiros em um elevador, Temer lançou mão da tática:
— Deputado Gaiola, como vai?