Lava Jato estima que delação da Odebrecht deve gerar mais de cem novos inquéritos pelo país

Maldito é o fruto A delação premiada da Odebrecht deve originar mais de cem inquéritos espalhados pelo país, estima a Lava Jato. A colaboração da empreiteira será um marco não só pela extensão das denúncias, mas pelo efeito que terá sobre o futuro da operação. Com tantos “filhotes” distribuídos em diferentes Estados e esferas judiciais, a força-tarefa em Curitiba teme que a pulverização limite a transparência dos casos, desacelere o ritmo das investigações e resulte em prescrição de crimes.

Te incluo fora dessa O desmembramento ocorre por decisão do ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF, que tirou da força-tarefa inquéritos não vinculados ao esquema na Petrobras.

Escuro Fora de Curitiba, sustentam investigadores, não há como garantir que os processos corram sem sigilo — a prática, instituída pelo juiz Sergio Moro, foi considerada crucial para o sucesso da operação na opinião pública.

Na surdina No Paraná, um sistema (e-proc) dá acesso online aos autos. Mas os Estados que receberão os futuros inquéritos a partir da delação da Odebrecht usam plataformas mais restritas, o que dará menos publicidade às novas investigações.

Até o fim Renan Calheiros disse a Michel Temer que, se preciso, invadirá o recesso parlamentar para aprovar a PEC do teto de gastos.

Surpresa! O prazo — no limite do limite — provocou calafrios no presidente da República, que espera aprovar o texto antes de 31 de dezembro.

Autoengano Apesar de terem fechado questão — o que permite punir quem votar contra a PEC –, PMDB e PSDB aceitaram desculpas triviais para liberar seus deputados: casamento de parente, visita à filha no exterior e até “ressaca eleitoral”.

Minha luta A Federação Única dos Petroleiros, ligada à CUT, comparou ao nazismo a gestão de Pedro Parente na Petrobras e pediu aos funcionários que não apoiem as medidas para sanear a estatal tal qual “prisioneiros de campos de extermínio entrando na câmara de gás”.

Onde dói mais O ministro Geddel Vieira Lima (Governo) foi à Justiça contra um servidor público que o chamou de “golpista” dentro de um avião, em agosto. Pede R$ 50 mil de indenização.

A cruz e a espada A Igreja Católica se juntou aos críticos da PEC que limita os gastos públicos. Dom Roberto Ferrería Paz, bispo de Campos (RJ) e responsável pela Pastoral da Saúde, escreveu artigo em que chama a proposta de “devastadora e brutal”.

Vem pra rua O bispo afirma que a aprovação da PEC terá “desdobramentos perversos” na área de saúde e conclama os católicos contra a proposta de Temer.

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Turismo rápido Marx Beltrão (PMDB-AL) tomou posse, conheceu o gabinete no ministério e teve de voltar à Câmara para votar a favor do teto de gastos.

Processá-lo-ei Planalto determinou à sua assessoria jurídica que vá à Justiça contra o site de relacionamentos entre homens mais velhos e mulheres mais novas que usa a imagem do casal presidencial em seus anúncios.

Parente é serpente O Senado enviou ao STF documento em que defende a constitucionalidade do artigo que barra políticos e parentes na Lei de Repatriação.

Visita à Folha Mendonça Filho (DEM-PE), ministro da Educação, visitou a Folha nesta segunda-feira (10), a convite do jornal, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Maria Helena Guimarães de Castro, secretária-executiva, Rossieli Soares da Silva, secretário de Educação Básica, Maria Inês Fini, presidente do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), e Nadia Ferreira, assessora de comunicação.


TIROTEIO

Espero que ela venha a Paraisópolis e conheça essa Etiópia paulistana, de onde sai a mão de obra que educa os filhos da elite.

DE GILSON RODRIGUES, presidente da União de Moradores e do Comércio de Paraisópolis, sobre Bia Doria ter comparado a favela da zona sul ao país africano.


CONTRAPONTO

Plantão médico

O presidente da República passou o domingo (9) telefonando pessoalmente para uma lista de mais de 30 deputados para garantir quorum na votação da PEC do teto de gastos.

Ao lado de alguns de seus principais aliados no Congresso, incluindo o líder do governo na Câmara, André Moura, Michel Temer já estava com a orelha queimando quando um dos auxiliares discou mais um número.

Ao pegar o celular, o presidente se surpreendeu quando, do outro lado da linha, um deputado dizia estar no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.

— Mas você vem votar amanhã, né? — perguntou o presidente, sem dar muita margem para desculpas.