Assembleias barram pedidos do STJ para processar governadores; de 52 até hoje, só um foi aceito
Autopreservação Se depender das Assembleias Legislativas Brasil afora, praticamente nenhum governador suspeito de irregularidade será processado. Das 52 solicitações feitas pelo STJ contra chefes do Poder Executivo estadual, apenas uma foi autorizada — contra Ivo Cassol, então governador de Rondônia, em 2005. Outros 15 pedidos foram negados e 36 não foram sequer respondidos. O Supremo discute se isso é constitucional. O relator Celso de Mello foi favorável à exigência da consulta.
Arquivo morto Os números foram enviados pelo STJ ao Supremo. O caso recente mais emblemático é o do governador Fernando Pimentel (MG), indiciado pela PF, em que o tribunal superior referendou a necessidade de a Assembleia autorizar a ação.
Livre, leve e solto O agente Newton Ishii, o japonês da Federal, tirou a tornozeleira eletrônica nesta semana. Poderá voltar a trabalhar, mas sem exposição na mídia.
De pai para filho Policiais contam uma história para ilustrar a resiliência de Marcelo Odebrecht no cárcere — ele raramente aparece abatido. Quando jovem, seu pai o mandava passar temporadas em canteiro de obras. Queria torná-lo mais forte e que conhecesse mais a empreiteira.
Hora do pesadelo O ministro Bruno Dantas, do TCU, viverá uma situação kafkiana no ano que vem, quando assume a relatoria das contas presidenciais de 2016: meio ano de gestão orçamentária de Dilma Rousseff e a outra metade de Michel Temer.
Indireta geral Dantas, por sinal, disse, durante a votação das contas de Dilma na quarta (5), que magistrados devem atuar de forma técnica, não buscar holofotes — bons no “teatro, na TV ou no circo, jamais num tribunal”.
Meu Planalto Depois de contratar Samuel Pinheiro Guimarães e Gilberto Carvalho, Lindbergh Farias (PT) agora chamou Roberto Stuckert Filho, fotógrafo de Dilma, e Daisy Barretta, assessora da petista, para a liderança da minoria no Senado.
Freio de mão Em recado ao governo contra a retirada de direitos trabalhistas, as centrais sindicais decidiram fazer uma paralisação nacional no setor de transporte nos dias 10 e 11 de novembro.
O melhor é ir a pé Os grupos vão parar o metrô em algumas das principais capitais, fechar rodovias, segurar ônibus nas garagens e cruzar os braços em portos.
Em ação Também no dia 11 de novembro, movimentos de esquerda farão protesto contra o que chamam de perseguição ao ex-presidente Lula. O ato principal será em Curitiba, sede da Lava Jato.
Candidato, eu? Nem bem a vitória de João Doria havia sido assimilada em SP e Geraldo Alckmin já colocava o pé na estrada. Foi a Brasília para reunião com Temer, estendeu para evento do centenário de Ulysses Guimarães e emendou viagem a Cuiabá.
Show de Truman Coordenador da campanha de Doria, Julio Semeghini bateu à porta do governador angustiado com a superexposição e o excesso de entrevistas do prefeito eleito. O governador contou a história e disse ter tranquilizado o aliado.
Arroz de festa Alckmin disse entender a preocupação. Contemporizou. “Eleição é assim mesmo”, afirmou.
Estranho no ninho Em um grupo de WhatsApp do PSDB, algum desavisado enviou uma imagem antiga do ex-presidente Lula usando uma camiseta com a frase “I love Curitiba”. O meme falava em “premonição”.
De mau gosto Vice-presidente do partido, o ex-governador tucano Alberto Goldman repreendeu na hora: “O Doria voltou a dizer que visitará Lula em Curitiba. Piadas a respeito de uma possível prisão não soam bem. Não precisamos espezinhar. O povo já faz o suficiente”.
TIROTEIO
O STF ordena prisão em segunda instância e proíbe a vaquejada. Tempos estranhos em que uma vaca vale mais do que ser humano.
DO ADVOGADO EDWARD CARVALHO, que atua na defesa do empreiteiro Leo Pinheiro, sobre decisão do STF em relação aos dois julgamentos.
CONTRAPONTO
Sentou, sorriu, a conta dividiu
Era madrugada de domingo. João Doria saía da festa da vitória, no diretório tucano, varado de fome. Foi quando alguns assessores sugeriram dar uma esticadinha no restaurante Milk & Mellow para comer um hambúrguer.
Ao entrar no estabelecimento, o tucano foi ovacionado. Seu vice, Bruno Covas, já estava no local e pagava a conta quando o companheiro de chapa chegou. Diante dos aplausos, os dois subiram em um banquinho para agradecer.
Foi quando um grupo de comensais começou a gritar:
— Prefeito, paga a conta! Prefeito, paga a conta!