Banqueiro prevê pouco tempo para Temer aprovar reformas no Congresso
Contra o relógio A 27 meses do fim do governo Michel Temer, o mercado financeiro acende sinal amarelo em relação à capacidade do Planalto para aprovar as reformas trabalhista e da Previdência, além da PEC que limita os gastos públicos. Segundo o cálculo de um alto executivo de um banco privado, tirando recessos oficiais, extraoficiais e o período eleitoral de 2018, há apenas 15 meses para aprovar as medidas no Congresso. “O tempo político é muito mais escasso que o tempo gregoriano”, diz o banqueiro.
A beleza do ajuste Às vésperas de votações importantes para o Planalto, a área econômica voltou a pagar parte das emendas parlamentares que haviam sido suspensas em setembro sob alegação de questões técnicas.
Ajudinha na eleição No mês passado, o problema atingiu até 30% do total de repasses de pelo menos três ministérios para obras indicadas pelos deputados.
Cabresto Não devia precisar, mas o PMDB da Câmara pediu ao partido que obrigue a bancada a votar a favor da PEC do teto de gastos.
Rave do ajuste fiscal Nem haviam chegado os convites de Michel Temer para o jantar com toda a base no domingo (9), e deputados já se animavam com a festança, batizada nos corredores da Câmara de “baile do corte de gastos”.
De olho na ressaca O que Temer quer, com o convescote, é garantir a presença de sua base em Brasília já na segunda de manhã, para não perder tempo na tramitação da PEC do teto de despesas.
A minha é melhor Generais da Polícia Federal rebatem críticos: não são contra a delação da Odebrecht na Lava Jato. “O que não gostamos é de delação mal feita, que não aperta delatores”, diz um deles. A indireta é para a PGR.
Usa minha senha Planalto e Justiça Eleitoral bateram o martelo. Assinam em breve cooperação para que o governo acesse a base de dados dos eleitores do TSE — querem cruzar dados de beneficiários de programas.
Não quero dinheiro O congelamento de tarifas de ônibus e IPTU determinado por João Doria derrubará em cerca de R$ 1 bilhão a arrecadação municipal em 2017.
Caça-níquel Durante a campanha, Doria prometeu tirar de circulação os radares móveis, medidores de velocidade em formato de pistola, para ajudar a acabar com a “indústria da multa” em SP.
Alvo errado Mas se o prefeito eleito for depender dessa ação para fechar a fábrica, a indústria seguirá funcionando de vento em popa. Em todo o município, há somente dez radares-pistola.
Meu cofrinho Disputando o segundo turno em seis cidades, entre elas o Rio, o PRB projeta ultrapassar a marca de R$ 23 milhões de investimento do fundo partidário nas eleições. Até agora já foram R$ 19,5 milhões.
Quanto? O presidente da sigla, Marcos Pereira, desembarca no Rio nesta quarta para fechar o tamanho da doação.
Do grego estratégia O prefeito Fernando Haddad (PT) ligou para Andrea Matarazzo (PSD), vice de Marta Suplicy. Quis saber o motivo pelo qual a rival fez tabelinha com Doria no debate da TV Globo (29). “Também não entendi”, admitiu o vereador.
Acordo de paz Inicialmente contrário à candidatura de João Doria, o chanceler José Serra telefonou para o tucano. Desejou “boa sorte” à frente da Prefeitura de SP.
Memória seletiva Paulo Vieira, o ex-diretor da Agência Nacional de Águas que foi alvo da Operação Porto Seguro, foi eleito vereador pelo PR em Cruzeiro, interior paulista.
Ajuda O ministro Gilmar Mendes vai doar os R$ 30 mil que receberá de indenização de Mônica Iozzi à Casa da Mãe Preta do Brasil, entidade de assistência a crianças no DF.
TIROTEIO
A eleição mostra que o Brasil da Lava Jato segue os passos da Itália pós-Mãos Limpas. Já temos até o nosso Berlusconi: João Doria.
DO GOVERNADOR FLÁVIO DINO (PC do B-MA), comparando Doria com a ascensão de Silvio Berlusconi no momento em que a Itália rejeitava políticos.
CONTRAPONTO
Deixa comigo
Reunido com os ministros do Planalto e com líderes de partidos aliados no Congresso, Michel Temer conversava sobre a necessidade de explicar para a população algumas medidas de seu governo.
Entre um conselho e outro que ouviu de seus auxiliares, o presidente disse que, nos próximos dias, daria muitas entrevistas sobre a PEC do teto de gastos.
Mostrando-se entristecido, lembrou que havia sido criticado recentemente por usar mesóclises e anunciou que não vai mais empregá-las. Foi quando Geddel Vieira Lima (Governo) interrompeu, arrancando gargalhadas:
— Presidente, então fá-lo-emos!