Com interesses nas prefeituras, executivos do setor imobiliário substituem as empresas e fazem doações individuais

Painel

Lobby ecumênico Tradicional doador das campanhas municipais, o mercado imobiliário continuou investindo nas candidaturas mesmo após a proibição de contribuições empresariais. Os quatro principais concorrentes em São Paulo receberam recursos de executivos ligados ao setor, com atuação regulada principalmente por normas municipais. O prefeito Fernando Haddad ficou com ao menos R$ 870 mil de sócios ou diretores de empresas como Cyrela e MRV. Marta Suplicy levou outros R$ 550 mil.

Todos os cavalos O líder João Doria (PSDB) teve cerca de R$ 500 mil. Das quatro pessoas físicas que doaram a Celso Russomanno (PRB), três são da área. Elas investiram R$ 160 mil no candidato.

Não perco uma Há um caso em que o mesmo executivo, Elie Horn, da Cyrela, investiu R$ 100 mil em cada candidato. Ele também doou para vereadores que tentam a reeleição em SP e para candidatos a prefeito em outras cidades, como Rio de Janeiro.

Inimigos íntimos Na surdina, os marqueteiros dos principais candidatos à Prefeitura de São Paulo se reuniram em um grupo de WhatsApp para tratar de algumas questões da campanha.

Barrada no baile Apenas Angela Chaves, que tocou a comunicação de Fernando Haddad, ficou de fora.

Terceiro turno A cúpula do Tribunal Superior Eleitoral está preocupadíssima com a grande quantidade de candidatos a prefeito que aparecerão nas urnas em situação de impugnação e sem que seus recursos tenham sido julgados ainda.

Ponto cego Com isso, alguns resultados eleitorais permanecerão incertos para além de domingo à espera de decisão da Justiça Eleitoral.

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Sente a maresia Candidato a vereador pelo PSOL em BH, Dário de Moura usa o slogan “maconha sem vergonha”. Em ritmo de marchinha de carnaval, seu jingle abusa da rima: “Usuário, saia do seu armário, agora vote Dário pela legalização”, diz a estrofe.

Libera geral O Palácio do Planalto deve dar uma nova orientação sobre a participação dos integrantes do governo no segundo turno das campanhas municipais.

Vai na certa Apesar dos apelos do centrão para que o governo penda para seu lado em disputas contra PSDB e DEM, a ordem é que ministros só subam em palanques do segundo turno se contra alguém da oposição.

Arroz de festa Até mesmo o presidente da República pode participar de um ou outro ato. Auxiliares, porém, recomendam que Temer fique bem longe de confusão.

Ca-la-dos! Farto das polêmicas causadas por ministros, Michel Temer chamou de canto alguns dos mais falastrões e, sem a habitual temperança, foi direto ao ponto: “Gente, vamos parar. Está ficando ruim. Quanto menos o governo falar, melhor”.

My boys O pito foi dado no Palácio da Alvorada. Entre os alvos: Alexandre de Moraes (Justiça) — que antecipou operação da Lava Jato —, Ricardo Barros (Saúde), Ronaldo Nogueira (Trabalho) e Geddel Vieira Lima (Governo).

Língua do “p” Brincam no Planalto que na semana pós-eleições o governo só quer saber de PPP: propaganda, Previdência e PEC do limite dos gastos públicos.

Pedala Ministro do Esporte, Leonardo Picciani também deve fazer viagens em busca de eventos para evitar que as instalações olímpicas da Rio 2016 fiquem ociosas. Ainda este mês, vai ao Qatar tentar garantir uma etapa de um torneio de ciclismo.

Tudo free O Ministério da Educação vai pleitear junto às empresas de telefonia que deixem de contabilizar para a cobrança dos planos de 3G e 4G os acessos aos aplicativos da pasta, como o do Enem.


TIROTEIO

Candidatos e partidos, fiquem muito espertos. A prestação de contas desta eleição deixou de ser um faz de conta, uma obra de ficção.

DO MINISTRO GILMAR MENDES, presidente do TSE, sobre o sistema que instituiu para monitorar, on-line, os gastos das campanhas.


CONTRAPONTO

Recalquei

Durante um evento com empresários em São Paulo, nesta sexta-feira (30), o presidente da Petrobras, Pedro Parente, falava do desafio de reequilibrar a situação financeira da estatal, companhia com altíssimo nível de endividamento.
Enquanto lamentava, em números, as conhecidas dificuldades da petroleira, o presidente de Eletrobras, Wilson Ferreira Junior, subiu ao palco para falar da situação de sua empresa, também com sérios problemas de caixa.

— Vejo Pedro falando e dá uma bruta vontade de ir para a empresa dele… — brincou, como quem admite ter algo ainda pior nas mãos para administrar.