Para ir ao 2º turno, Marta pede a vereadores do PT que abandonem Haddad e façam campanha por ela

Painel

Pelas beiradas Empatada em segundo lugar a 12 dias da eleição, Marta Suplicy (PMDB) lançou forte ataque especulativo sobre as campanhas do PT e do PSDB para tentar assegurar a vaga no segundo turno. Com Fernando Haddad estagnado, a ex-petista avança sobre as principais pontes do rival com os eleitores: disparou telefonemas a candidatos a vereador de seu antigo partido pedindo que preguem o voto útil em suas bases, evitando que João Doria e Celso Russomanno avancem juntos na disputa.

Deus e o Diabo Assediados, candidatos do PT disseram ter jurado fidelidade a Fernando Haddad. Mas aliados do prefeito já receberam relatos de que petistas estão ajudando Marta em redutos tradicionais do partido.

De volta ao passado O ex-deputado do PT Gerson Bittencourt, ligado à família do secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto (também ex-secretário de Marta), tem sido um importante auxiliar da peemedebista nos assuntos do setor.

Opostos se atraem A disputa em Cássia dos Coqueiros, município no interior de São Paulo com 3.047 eleitores, conseguiu unir o improvável: Dilma e Cunha.

Crise de identidade Na pequena cidade, há uma candidata à prefeitura que leva o nome da ex-presidente da República e o sobrenome de seu algoz. Para não haver confusão, a urna trará apenas a assinatura de Professora Dilma, que é, por sinal, do PMDB.

Quer ser Paulo Coelho O deputado cassado Eduardo Cunha negocia com a Amazon uma edição digital exclusiva de seu livro sobre o impeachment. Nesta segunda, o ex-presidente da Câmara se reuniu com três editoras — quer fechar o contrato logo.

Big Brother Cunha, aliás, perdeu o mandato, mas não a vaga no grupo de WhatsApp da bancada do PMDB.

À míngua Dirigentes petistas seguem preocupados com a necessidade de ajuste fiscal no próprio partido. Só em multas judiciais, segundo técnicos da sigla foram informados nesta segunda, há um passivo de R$ 22,5 milhões.

Meia volta A falta de recursos tem levado dirigentes a defender até mesmo uma revisão no modelo do processo de eleição direta para o comando do partido, que tem alto custo para o caixa.

No money O Brasil não deve fazer oferta financeira à ONU para assistência aos refugiados — o ajuste fiscal não permite. Para compensar, o governo Temer estuda receber mais refugiados no país.

Geral e irrestrita Depois da tragédia em Mariana, em Minas, o Ministério Público Federal já instaurou 397 inquéritos para apurar a condição de segurança de barragens em 16 Estados.

Pra cima O resultado da apuração será divulgado em novembro — aniversário de um ano do rompimento da barragem. Os procuradores podem notificar os responsáveis ou ajuizar ações civis públicas.

Ataque O presidente da OAB-SP, Marcos da Costa, questionará, nesta terça, em Brasília, a constitucionalidade de ao menos dois pontos do pacote do Ministério Público contra a corrupção: provas obtidas por meio ilícito e restrições ao habeas corpus.

Alcance São Paulo tem o maior contingente de advogados do país, 350 mil — quase a metade dos profissionais em atividade no Brasil.

Lava Jato para quê? No lugar de endurecer a lei, o Congresso faz um acordão para anistiar todos os candidatos da eleição atual que praticarem caixa dois. O crime por uso de recurso não contabilizado só seria configurado na corrida eleitoral de 2018.

Voo solo A Secretaria de Governo acha que surtiu efeito o pito dado nas equipes ministeriais para que concentrem a coordenação da articulação política no Planalto. Mas há uma exceção: o Ministério da Justiça é visto como independente em excesso.

Explica aí Um palaciano faz questão de frisar que a sátira sobre os recuos de Temer em voga no Planalto é uma ironia para a imprensa, que “pega no pé” do presidente.


TIROTEIO

Se a Receita não atuar diretamente na fiscalização das contas eleitorais, doações ilegais irrigarão a campanha dos candidatos.

DE KLEBER CABRAL, presidente da Unafisco, defendendo protagonismo maior da Receita Federal na análise de doações eleitorais suspeitas.


CONTRAPONTO

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El Comandante (de slides)

Henrique Meirelles se preparava para falar sobre a situação fiscal no país durante evento no Lide (Grupo de Líderes Empresariais), nesta segunda-feira (19). Antes de iniciar a apresentação, deparou-se com uma dificuldade técnica nos slides.

— O controle é daqui ou tem alguém que comanda?

O duplo sentido da frase fez os convidados rirem. Meirelles seguiu com graça ao se entender com a projeção:

— Pronto, dei um golpe de Estado e assumi o controle aqui.