Em São Paulo, candidatos já desembolsaram R$ 57 milhões para suas campanhas

Painel

Quem falou em crise? Com a proibição do financiamento empresarial, candidatos a prefeito, vice ou vereador já desembolsaram, só no Estado de São Paulo, R$ 57 milhões para suas campanhas ou para a de aliados, segundo dados entregues à Justiça Eleitoral. O valor equivale a 44% do que foi doado diretamente aos 87 mil concorrentes. O líder nesse ranking é João Doria (PSDB), que bancou R$ 1,6 milhão de sua candidatura na capital. Os tucanos são os que mais investiram no Estado: R$ 13,7 milhões.

Show do milhão Outros dois candidatos, na Grande São Paulo, investiram muito: Rubens Furlan (PSDB), em Barueri, gastou R$ 1,56 milhão, e Fausto Martello (PSD), em Guarulhos, R$ 1 milhão.

Herança bendita O candidato a vereador que mais colocou dinheiro foi Rodrigo Goulart (PSD). Já empenhou R$ 450 mil para tentar uma das 55 vagas na Câmara paulistana. Terá de trabalhar por quase três anos para recuperar o investimento.

Neófito Em conversas reservadas, Marina Silva (Rede) tem afirmado que, se for candidata em 2018, o vice dos sonhos seria um “outsider”. Mas não nos moldes do empresário Guilherme Leal, seu companheiro de chapa em 2010.

Procura-se Moro Marina confidenciou, segundo relatos de pessoas que estiveram com ela, que pensa em nomes da magistratura. Demonstrou simpatia por Joaquim Barbosa e Carlos Ayres Britto, ex-STF, mas de forma genérica.

Auditoria Temer tem levado às audiências com parlamentares a tabela da fidelidade dos deputados em votações na Câmara. As queixas têm sido menos por votos contrários aos interesses do governo — e mais pelas ausências em decisões importantes.

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Vem de ré Apesar da promessa de que Temer será mais duro daqui por diante, uma piada circulava no próprio Palácio do Planalto na semana passada. Dizia o zombeteiro: “O governo volta tanto atrás que o presidente não retornou de sua viagem à China, ele recuou da China”.

Mau pela raiz Ronaldo Nogueira, titular do Trabalho, que se cuide. Para colegas de Esplanada, somente sua demissão poderia reverter o desgaste sofrido pela gestão Temer após ele falar em jornada de 12 horas.

Fome zero A bancada do PSDB na Câmara pediu reembolso de R$ 6.975,50 por apenas três refeições oferecidas a seus deputados durante o impeachment de Dilma.

Coxinha gourmet Duas das notas foram apresentadas no dia da votação em plenário — uma delas, de R$ 3.687,50, no restaurante Coco Bambu, foi do almoço de domingo, em 17 de abril.

Ritmo de festa Outra, de R$ 1.088, no Xique Xique, foi emitida no dia em que Jovair Arantes (PTB-GO) apresentou seu relatório favorável à admissibilidade do processo contra Dilma Rousseff.

Calma lá É quase unânime na comissão que analisa as dez medidas do Ministério Público que o relatório final não vai contemplar todos os projetos do pacote criado para combater a corrupção.

Muda mais Pelo menos três pontos devem ser flexibilizados: o teste de integridade de servidores — que deve adquirir caráter mais administrativo que penal –, a revisão da nulidade de provas e a manutenção de alguns tipos de prescrição de pena.

Melhor assim Os deputados argumentam que os próprios procuradores e juízes reconhecem a necessidade das mudanças e que as alterações evitariam questionamentos no Supremo.

Perdeu a mão Passada a ressaca da denúncia, petistas avaliaram que Lula cometeu dois deslizes na fala de reação à Lava Jato: comparou-se a Jesus e disse que os políticos são mais honestos que os servidores, categoria que tem ajudado a desgastar Temer.


TIROTEIO

Temer se esqueceu de que ‘o mercado’ não vota. Vai ter de recuar, do teto de gastos às reformas da Previdência e trabalhista.

DO DEPUTADO ORLANDO SILVA (PC DO B-SP), sobre o Planalto querer tranquilizar o mercado financeiro com a aprovação dos projetos na Câmara.


CONTRAPONTO

Efeito colateral

Relator da PEC que impõe um limite aos gastos do governo, Darcísio Perondi (PMDB-RS) tinha acabado de chegar ao plenário da Câmara na tarde de quinta-feira (15) quando esbarrou no colega Heráclito Fortes (PSB-PI). Apesar de não haver votação e das cadeiras vazias, o peemedebista parecia preocupado.

— Perondi, estou olhando daqui, você está perdendo cabelo, é? — questionou o piauiense.

O peemedebista cumprimentou o colega e reconheceu que estava com menos fios do que antes. Heráclito não poupou o amigo:

— Agora está vendo como dá nervoso ser governo!