Ministro da Transparência tenta desfazer racha com MP e TCU que brecou acordos sob Dilma
Bandeira branca Em sinal de armistício, o ministro da Transparência, Torquato Jardim, procurou integrantes do TCU e do Ministério Público Federal para propor uma atuação conjunta nos novos acordos de leniência. O racha durante o governo Dilma entre Executivo, procuradores e integrantes da corte vinha atrapalhando o avanço dos acertos com as empresas. A ideia é que eles possam contribuir na formatação das novas regras. Jardim tratou diretamente com o procurador-geral, Rodrigo Janot.
Fica a dica Alguns dos vetos à Lei das Estatais — como à proibição de que o presidente da empresa participe do conselho de administração — serão feitos por Temer por recomendação do presidente da Petrobras, Pedro Parente.
Libera aí A equipe econômica questionou a barreira para que servidores em cargos de confiança ocupem vagas nos conselhos, imposta pela nova legislação das estatais. O Palácio do Planalto ainda avalia se esse ponto também será alvo de veto.
A jato A sinalização de que irá sancionar a Lei das Estatais na terça-feira (28) deflagrou uma corrida entre os partidos para emplacar nomes antes das novas regras. O PP, por exemplo, quer colocar Antônio Carlos do Amaral na direção da Ceagesp.
Jetom gordinho O governo não descarta subir, no futuro, o valor pago aos conselheiros. A maior parte ganha de R$ 2.000 a R$ 5.000. O argumento é que o reajuste trará quadros mais qualificados.
Socorro O procurador Júlio Marcelo ganhou na capital o apelido de “McCarthy” Marcelo após seu parecer pedir condenação de “Deus e o mundo” pelas pedaladas. A alcunha refere-se ao “marcatismo”, período de intensa perseguição política nos EUA.
A régua é a mesma Oliveira diz não ver sentido nas críticas: “O mesmo rigor que o TCU adotou na rejeição das contas da presidente deve ser aplicado na responsabilização de todos que agiram ou se omitiram para que as fraudes fiscais fossem cometidas”.
De jerico Avisado sobre a intenção de Temer de levá-lo para o Ministério do Turismo, Marcos Pereira disse a aliados que não aceitará deixar o comando do Ministério da Indústria. Pelo menos, não para ficar com o Turismo. A proposta terá de ser melhor.
Ai meu santinho Um ministro de Temer diz que o governo está fazendo de tudo — mandinga, oração, três pulinhos — para não ser atingido por uma eventual delação premiada de Eduardo Cunha.
Meu caro amigo Aliados do presidente afastado da Câmara dizem que ele já enviou mais de um recado ao Palácio do Planalto para que Michel Temer pense duas vezes antes de abandoná-lo.
Lacramos Apesar disso, palacianos comemoram o resultado das últimas votações. Dizem que caiu por terra o mito de que, sem Cunha, a pauta de Temer não avançaria.
Dureza O grupo próximo ao ex-tesoureiro João Vaccari Neto, que vem sendo pressionado pela família a fechar delação, ficou furioso com a decisão do PT de rechaçar a ideia de leniência partidária.
Mãos atadas A sigla sustenta que, se reconhecer que obteve dinheiro de maneira ilícita, colocará sob suspeita todos que receberam repasses do diretório nacional.
Quero ver o oco A base aliada de Fernando Haddad (PT) apoiará a abertura de uma CPI para investigar o contrato de publicidade em pontos de ônibus firmado com a Odebrecht no apagar das luzes da gestão de Gilberto Kassab (PSD).
Põe na tela O empresário João Doria, pré-candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PSDB, foi visto na quinta-feira jantando em um restaurante da cidade com José Luiz Datena. Tratavam de um eventual apoio do apresentador à candidatura do tucano.
TIROTEIO
Antes, tínhamos um incriminado. Agora, um destrambelhado na presidência. Waldir Trapalhão é como uma biruta de aeroporto.
DO DEPUTADO CHICO ALENCAR (PSOL-RJ), sobre Waldir Maranhão (PP-MA) cancelar sessões devido aos festejos de São Pedro e recuar logo em seguida.
CONTRAPONTO
Está me confundindo?
Tucanos reuniram-se em São Paulo para homenagear o centenário de Franco Montoro, ex-governador e um dos fundadores do partido. Diante da aglomeração de figurões, duas jovens militantes circulavam animadas entre os políticos pedindo fotos. Aproximaram-se do ministro José Serra (Relações Exteriores), que concordou com o registro. Ao posar para a foto, uma delas sugeriu que o chanceler fizesse o “sinal do acelera”, o slogan da campanha de João Doria, pré-candidato à Prefeitura de SP.
O chanceler, que apoiou Andrea Matarazzo nas prévias, respondeu laconicamente antes de sair de fininho:
— Sei nem o que é isso…