Supremo ‘reduz democracia a frangalhos’ ao afastar Cunha, diz Câmara em manifestação

Painel

Nós contra eles Em um momento tenso nas relações entre Judiciário, Legislativo e Ministério Público, a Câmara encaminhou dura manifestação ao Supremo em que sustenta que a corte “reduz a frangalhos a democracia representativa” ao afastar Eduardo Cunha sem aval dos deputados. Para a Casa, o STF agiu por “paixões circunstanciais” quando tirou o peemedebista da cadeira. “Nem em tempos de guerra forças alheias ao Parlamento podem interferir nas garantias de deputados”, escreve.

Juntos O texto, apresentado pela Câmara em ação de partidos que questionam a medida do STF, é assinado pelo advogado Renato Ramos.

É piso, não teto O pacote de socorro ao Rio de Janeiro que Michel Temer lançará a partir da próxima segunda prevê desembolso imediato de R$ 2,9 bilhões e novos repasses até a realização da Olimpíada.

Mão aberta O Ministério da Fazenda ainda está contando dinheiro e não quer falar em cifras robustas. Mas o presidente interino está benevolente. Teme manifestações e greves durante os jogos.

Há vagas O governo se divide sobre o destino do Turismo. Um ministro quer dar a pasta a um deputado. Outro prefere um senador para reforçar o voto na deposição de Dilma. Abre-se espaço para uma mulher — a primeira — na Esplanada dos Ministérios.

Junta e joga fora Mas o sucessor de Henrique Alves pode durar pouco. A pasta é candidatíssima à extinção na próxima reforma ministerial e pode se juntar ao Esporte.

Ressuscita-me A Fazenda tem planos de reformar a lei de recuperação judicial de empresas. Quer aperfeiçoar a norma — considerada restritiva — para salvar mais companhias da bancarrota.

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Granero O fluxo de caminhões de mudanças em quadras de apartamentos funcionais é frenético. Culpa do “Diário Oficial”, que publicou na mesma data o nome de todos os servidores que teriam 30 dias para sair dos imóveis.

Deixa rolar A ordem nos movimentos sociais de esquerda é deixar em banho-maria o debate da antecipação da eleição presidencial.

Última que morre Para os movimentos, Dilma não precisará mais se comprometer com a proposta para derrotar o impeachment no Senado porque há a esperança de que os estragos da delação de Sérgio Machado virem o placar a favor da petista.

Rompidos O mundo jurídico está em polvorosa com a informação de que os advogados Miguel Reale Jr. e Janaína Paschoal, autores do pedido de impeachment, andam se desentendendo.

Conectados Os relatos dão conta de que Reale Jr. estaria farto da “atuação espetaculosa” da colega. Ambos negam e dizem que o contato é “contínuo” e que “trocam ideais” via WhatsApp.

Tá ficando caro Para assegurar o apoio do nanico PHS à pré-candidatura de João Doria à Prefeitura de São Paulo, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) entregará a Secretaria de Turismo do Estado ao presidente do partido, vereador Laércio Benko.

Se não tem tu A pasta está com o PV, que vem sinalizando fechar aliança com o ex-tucano Andrea Matarazzo, pré-candidato do PSD.

Carneirinhos Bruno Covas (PSDB-SP) é tido como o “vice dos sonhos” de Doria. Os tucanos que defendem a formação puro-sangue dizem que o neto do ex-governador Mário Covas ajudaria a dar “mais legitimidade” à candidatura do empresário.

Agora vai O Consórcio TIDP (formado pelas empresas Tiisa, DP Barros e Triunfo) assumirá as obras do Pátio Água Espraiada da Linha 17 do Metrô de São Paulo. O governo rompeu, em janeiro, o contrato com as empresas que tocavam o trabalho.


TIROTEIO

Sou muito bem recebida. Quem pode fazer isso? Uns não podem porque o povo não reconhece, outros porque o povo conhece demais.

DE MARTA SUPLICY (PMDB-SP), pré-candidata à Prefeitura de São Paulo, alfinetando os rivais Fernando Haddad e João Doria sobre suas visitas à periferia.


CONTRAPONTO

Sinal da cruz

Fiel escudeiro do presidente interino e conhecido por amigos pelo humor irônico, Moreira Franco conversava com ministros do governo sobre o caráter insólito da crise política brasileira.
Secretário-geral do Programa de Parceria em Investimento, Moreira pôs-se a falar sobre a coexistência de dois presidentes da República, uma afastada, situação de Dilma, e outro interino, caso de Michel Temer.
— Só existem no mundo inteiro dois Estados com dois chefes. Aqui e no Vaticano — disse Moreira Franco, que, logo em seguida, completou:
— Só que lá, em Roma, eles rezam juntos.