Temer fará reforma administrativa e criará auditoria nas estatais
Janela indiscreta Em busca de agendas positivas, o Planalto anunciará uma reforma administrativa. Além de extinguir os 4.000 cargos já prometidos, a equipe de Michel Temer criará uma Secretaria de Estatais vinculada ao Planejamento. Sua missão será instituir um sistema de controle interno dentro das empresas públicas, com comitês de auditoria ligados aos conselhos de administração — e não às diretorias — para tentar evitar conluios. O anúncio ocorrerá já nesta sexta se o pacote for fechado a tempo.
Permissivas No início do ano, a antiga CGU já indicara que as estatais falham no combate à corrupção.
Tesourada Na reforma, cada pasta receberá uma cota de cargos que deve ser ceifada. Trata-se apenas da primeira fase do ajuste administrativo. Temer pretende, após o impeachment, cortar mais ministérios da Esplanada.
Há vagas A economista Ana Carla Abrão Costa, secretária de Fazenda de Goiás, é cotada para do Planejamento. A procura de um nome indica que as chances de Romero Jucá voltar ao posto diminuíram.
Resta um Com o pedido de prisão de Eduardo Cunha e a proximidade da decisão sobre sua cassação no Conselho de Ética, aumentaram as articulações sobre a sucessão do peemedebista para um mandato tampão até o fim do ano.
Tá solto O problema é que nenhum dos principais candidatos do “centrão” topa assumir o cargo na janela. Os principais nomes — Jovair Arantes, Rogério Rosso e Aguinaldo Ribeiro — preferem tentar a cadeira só no ano que vem para ficar até 2018.
Vai encarar? O senador Roberto Requião (PMDB-PR) visitou Dilma Rousseff nesta quarta. Apresentou a proposta de apoio de “não petistas” caso ela tope novas eleições.
Papelão, hein? O Palácio do Planalto anotou na caderneta: o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), não chamou o presidente interino para inaugurar obras ligadas à Olimpíada. Temer tenta aproximar sua imagem dos Jogos.
Amada amante A doleira Nelma Kodama, ex-amante do delator Alberto Youssef, presa em Curitiba pela Lava Jato desde 2014, está escrevendo um romance na prisão.
Afago Apesar da manutenção pelo BC da taxa básica de juros, empresários que estiveram com Michel Temer na quarta (8) deixaram o Palácio do Planalto confiantes de que os juros no país entrarão em trajetória de queda.
Vai ou não vai? No encontro, peemedebistas foram bombardeados por empresários: “O governo vai até o fim? Podemos voltar a investir? Vai dar certo no Senado?”, perguntavam à cúpula do Palácio do Planalto.
Vem pra rua Movimentos sociais contrários ao impeachment prometem promover na sexta (10) o maior ato contra Temer até agora.
Nada dela Haverá protestos em pelo menos 23 cidades, diz um dos organizadores. Até agora, contudo, Dilma Rousseff não confirmou presença em nenhum deles. Lula irá ao de São Paulo.
Empurrão A CNI se movimenta para angariar apoio à intenção de Temer de liberar a compra de terras por estrangeiros. A entidade enviou e-mail às federações da indústria propagandeando vantagens da abertura, como atrair mais investimentos.
Também quero Ficou de fora do pacotão de reajustes salariais aprovado pela Câmara o aumento dos auditores fiscais, que fora negociado com Dilma. Eles já ameaçam retomar mobilizações.
Visitas à Folha Nelson Jobim, ex-ministro do STF, da Justiça e da Defesa, visitou ontem a Folha, a convite do jornal, onde foi recebido em almoço.
O economista Paulo Rabello de Castro visitou ontem a Folha.
TIROTEIO
Na categoria criador e criatura, notabilizada por Lula, Waldir Maranhão é só mais uma das ‘Dilmas’ de Eduardo Cunha.
DO DEPUTADO ANTONIO IMBASSAHY (BA), líder do PSDB, sobre a estreita relação entre o presidente interino da Câmara dos Deputados e o afastado.
CONTRAPONTO
Um dia da caça, outro do caçador
A deputada Margarida Salomão (PT-MG) conversava com auxiliares em seu gabinete na Câmara sobre os últimos pedidos do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que atingiam o PMDB. De uma só vez, ele havia solicitado a prisão de Eduardo Cunha, Romero Jucá, Renan Calheiros e José Sarney.
— Toda cúpula do PMDB está lá… E daqui a pouco vem mais, né?! — sugerindo que outros políticos seriam alvo de pedidos semelhantes.
— O Aécio [Neves, presidente do PSDB], por exemplo, só não está citado na carta de Pero Vaz de Caminha, porque no resto…”— comentou, aos risos.