Fazenda e Planejamento discordam sobre inclusão de margem para meta do superavit
A vida como ela é Henrique Meirelles (Fazenda) defende que no orçamento a ser votado na próxima semana a meta fiscal seja definida sem descontos. Mas o Planejamento quer incluir no cálculo primário um abatimento em caso de frustração de receitas. Técnicos dizem que não dá para ser tão impositivo sem conhecer, por exemplo, as perdas da Eletrobras. Diferenças à parte, há uma concordância entre os dois ministérios: o cenário será pessimista, mas a meta terá de ser cumprida este ano.
Dá medo Em conversas com aliados, Romero Jucá (Planejamento) afirmou que o deficit deste ano poderia chegar a R$ 160 bilhões, sem contar perdas com a Eletrobras.
Volver Após pressão do Solidariedade, Michel Temer decidiu voltar atrás e criar a Secretaria do Desenvolvimento Agrário. Será vinculada diretamente à Presidência da República — não mais ao Desenvolvimento Social.
Quem vai O partido, que ameaçava abandonar Michel Temer se não fosse contemplado, indicará o deputado Zé Silva (SD-MG) para o cargo.
Devolve A Justiça no Maranhão determinou a indisponibilidade de R$ 235 mil em bens do filho do presidente da Câmara, Waldir Maranhão. Ele era lotado em um gabinete no Tribunal de Contas do Estado, mas atuava como médico em São Paulo.
Pé na estrada Dilma Rousseff foi convidada para participar de um evento com blogueiros contrários ao impeachment nesta sexta-feira (20), em Belo Horizonte. Lula deve comparecer ao encontro.
Tordesilhas O governo criou uma linha imaginária para evitar atritos entre Meirelles e Jucá. O primeiro cuida da “Faria Lima”, reduto do do PIB; o segundo, do “Brasil profundo e do Congresso”.
Tem base Com a esperada escolha do deputado André Moura (PSC-SE) para a liderança do governo na Câmara, Michel Temer desata o único nó que ameaça dinamitar a sua agenda econômica no Congresso Nacional.
Rei de copas A caça às bruxas no terceiro andar do Palácio do Planalto não poupou ninguém, nem mesmo o garçom que servia à Presidência havia quase oito anos.
Cortem-lhe a cabeça José Catalão, tido como um dos funcionários mais queridos entre palacianos, foi demitido pela equipe de Temer sob a “acusação” de ser petista, relataram servidores. Catalão não tem vínculo partidário e se orgulhava de ter servido Temer em várias ocasiões.
Com lupa A pedido de Ronaldo Caiado (DEM-GO), o TCU vai fiscalizar a condição dos palácios da Alvorada e do Planalto para averiguar eventuais sumiços de bens após a saída de Dilma.
Primórdios Tucanos observaram que Delcídio do Amaral deu um passo atrás em relação ao senador Aécio Neves. Em entrevista ao programa “Roda Viva”, da TV Cultura, o ex-petista disse genericamente que o mensalão começou em Minas Gerais.
Abacaxi Maria Silvia já ganhou sua primeira missão à frente do BNDES. Terá de dar um jeito para liberar recursos às concessionárias de seis aeroportos que hoje não têm como pagar a parcela anual da outorga. A conta total é de R$ 2,3 bilhões.
General O tucano Floriano Pesaro foi escolhido para comandar a área social da campanha de João Doria à Prefeitura de São Paulo.
Visitas à Folha Carlos Fernando dos Santos Lima, procurador regional da República, visitou ontem a Folha, a convite do jornal, onde foi recebido em almoço.
Flavio Augusto Ayres Amary, presidente do Secovi-SP (Sindicato da Habitação), visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Claudio Bernardes, ex-presidente, e de Maria do Carmo Gregório, gerente de comunicação.
TIROTEIO
Daqui a pouco o presidente da EBC, de dentro da sua fortaleza jurídica, vai achar que pode demitir o presidente [interino] da República.
DE GAUDÊNCIO TORQUATO, consultor político e amigo de Michel Temer, sobre a tentativa do Planalto de trocar o comando atual da TV estatal, ligado ao PT.
CONTRAPONTO
No divã
A troca de guarda no comando do Palácio do Planalto virou caso para terapeuta. Há 13 anos na oposição, tucanos e democratas se sentem perdidos, meio tontos até.
Na tarde de terça-feira (17), senadores do PSDB e do DEM tricotavam sobre a nova condição política conquistada após o afastamento de Dilma Rousseff.
— Estou sem saber o que fazer — murmurou o tucano Aloysio Nunes (SP).
— Já eu tenho me sentido como um cachorro que caiu da mudança — confidenciou Ronaldo Caiado (DEM-GO).
Coube a Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) arrematar:
— Dormir oposição e acordar governo não é nada fácil.