Temer deve procurar Lula depois que Senado admitir processo de impeachment de Dilma
Vamos conversar? Michel Temer deve procurar Lula tão logo o Senado admita o processo de impeachment de Dilma Rousseff. Em conversas reservadas, o vice tem dito que a contribuição do PT “seria de extrema importância” para garantir estabilidade a um novo governo. Na avaliação do PMDB, o petista é fundamental para segurar a pressão das ruas. Lula sabe que terá dificuldade para se posicionar contra a agenda econômica de Temer. Afinal, Henrique Meirelles era seu nome para a Fazenda há tempos.
Fatura É consenso no PT que o partido será cobrado se, no Congresso, votar contra medidas que resgatem a economia brasileira da UTI. “Não se pode mais dividir a sociedade entre nós e eles”, diz um interlocutor do vice.
Sem acordo “Michel Temer não precisará do PT para garantir sua governabilidade no Congresso. Nós e eles sabemos disso. A aproximação não faria qualquer sentido”, diz um dirigente petista.
Calma lá Integrantes do PT que ainda mantêm relações com Marta Suplicy fizeram chegar à senadora a avaliação de que seu discurso contra Dilma no ato da Força Sindical foi “acima do tom”.
Ma oeeeee Michel Temer apara as madeixas no Jassa, conhecido salão da capital paulista onde, há 40 anos, Silvio Santos corta o cabelo.
Já pra fora Com Moreira Franco à frente do programa de concessões de Temer, ganha força o plano de reduzir drasticamente a participação da Infraero nos aeroportos.
Uníssono Sempre em pé de guerra, tucanos de todas as plumagens concordam em um ponto: seria simpático se Michel Temer acomodasse um nome de cada um dos três caciques do PSDB — Aécio Neves, Geraldo Alckmin e José Serra — em sua Esplanada.
Revisão De Marco Aurélio de Carvalho, coordenador do setorial jurídico do PT: “Temer deveria atualizar a última edição de seu livro de direito com capítulos sobre governos ilegítimos, golpes constitucionais e conspiração”.
Pires na mão A Odebrecht pede pressa aos bancos brasileiros para fechar um novo empréstimo. Pretende conseguir cerca de R$ 2,8 bilhões para a holding, dinheiro para se manter enquanto não vende ativos e fecha acordo com o governo.
Sei não Um banqueiro diz que a disposição hoje é dar metade do valor. Nos cálculos da cúpula do grupo, a venda da Odebrecht Ambiental, que ajudaria a resolver o problema, ainda demora de três a quatro meses para sair. A empresa não comenta.
Agora não A Petrobras acompanha a situação da Odebrecht com ansiedade. O comando da petroleira acredita que a venda da Braskem ficará “adormecida” enquanto a questão financeira do grupo baiano, sócio na petroquímica, não for resolvida.
Em alta Os apagões aumentaram em 2014, segundo dados do ONS, responsável por monitorar o sistema elétrico brasileiro. As “perturbações” acima de 100 MW — capazes de interromper a luz de bairros ou cidades — ocorreram 105 vezes, o maior número desde 2010.
Subiu Apagões de maior capacidade — acima de 500 MW — foram 11 ao longo do ano, número que se igualou ao de 2012, quando as quedas de luz assustaram o país.
Alô? Senadores da comissão do impeachment tiveram seus números de telefone divulgados nas redes. Um integrante do colegiado contou 700 chamadas em uma única madrugada. O aparelho estava no silencioso.
Ops A PGR abriu inquérito contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, o banqueiro André Esteves e o ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro, mas errou no nome desse último. Escreveu Leonardo Alexandre Gorgueira Pinheiro Fontes em vez de José Adelmário Pinheiro Filho.
TIROTEIO
Pelo visto, o ministério de Temer é uma composição de notáveis e conhecidos da velha e corrupta política. Um ministério temerário.
DO SENADOR RANDOLFE RODRIGUES (REDE-AP), sobre o ministério de notáveis prometido pelo vice-presidente Michel Temer em um futuro governo.
CONTRAPONTO
Machista, eu?
No final do encontro de dirigentes de quatro centrais sindicais com Michel Temer, semana passada, no Palácio do Jaburu, o deputado Paulinho da Força (SD-SP) pediu a palavra e, em tom solene, falou:
— Presidente, nós das centrais estamos preocupados com a leva de demissões nos ministérios.
O vice-presidente ouvia atento.
— Vamos fazer uma carta pedindo que o senhor preserve pelo menos um posto: o da primeira-dama do Turismo — emendou o deputado, aos risos, sobre a mulher do titular da pasta, Alessandro Teixeira, e as polêmicas fotos tiradas no gabinete ministerial.