Dilma aceita oferecer ministério a Lula para evitar prisão na Lava Jato; petista resiste
Vem pra cá A presidente Dilma Rousseff topou oferecer um ministério a Lula para evitar que ele possa ser preso na Lava Jato por uma decisão de Sergio Moro. Ministros do círculo próximo tanto da petista quanto de seu antecessor entraram numa verdadeira operação nesta terça-feira para convencê-lo a aceitar a oferta. No centro do governo, há fortes temores de que a operação possa tentar levar Lula à prisão. Até o início da noite, antes portanto do jantar no Alvorada, ele ainda resistia à ideia.
Alguém acuda O desespero com os desdobramentos da Lava Jato e com a falta de perspectiva na economia é tão grande que surge no Congresso pressão para que Dilma convoque um conselho com representantes dos três Poderes, nos moldes do “Conselho da República”.
Falta a toga Previsto na Constituição, o colegiado incluiria Executivo, Legislativo e sociedade civil, mas não o Judiciário, o que, aos olhos do Congresso, é crucial para impor limites à Lava Jato.
Ninguém dorme Congressistas afirmam que a condução coercitiva de Lula mostrou que estão todos vulneráveis. A avaliação é que a “República está dormindo de sapatos” e que Dilma foi engolida pela Lava Jato. “Será melhor trocá-la”, defende um político.
Quero ver achar Do deputado Weverton Rocha (PDT-MA), em reunião no Planalto, sobre os rumores de nova fase da operação da Lava Jato: “No Maranhão, teve prefeito que saiu de casa para ir dormir em motel!”.
Inferno astral Possível delatora, Danielle Fonteles, dona da agência Pepper, que prestava serviços ao PT, esteve algumas vezes no Palácio do Planalto nos últimos meses. Reclamou de abandono.
Tensão a mil Adir Assad, que surgiu na delação de Delcídio do Amaral (PT-MS) como responsável por uma das “maiores operações de caixa dois da campanha de Dilma”, irá depor na CPI dos Fundos de Pensão nesta quarta (9).
Avançando Mirian Dutra, ex-amante de FHC, deve ser chamada a depor em breve. Ela afirmou à Folha que parte de suas despesas no exterior foi bancada no exterior pela Brasif, a pedido do ex-presidente.
E agora? A Lava Jato dobrou a aposta na delação de Marcelo Odebrecht. Agora que foi condenado a 19 anos por Sergio Moro, “ele vai para o sistema” caso não se torne colaborador, diz um investigador.
Fiquem ligados Na reunião de coordenação política, Dilma demonstrou, ela mesma, preocupação com a possibilidade de desembarque do PMDB. Com o receio do distanciamento, ministros foram orientados a dar atenção especial à sigla.
Sobrevivência Dilma encontrou Lula apenas três dias após visitá-lo em São Bernardo porque a “ficha dela caiu”, diz um integrante do Palácio. “Ela se convenceu que, depois de pegarem Lula, tentarão pegá-la”.
Quem vai, afinal? Das 3,9 milhões de pessoas convidadas em evento do ato do dia 13 de março criado pelo Vem Pra Rua no Facebook, 232 mil até agora confirmaram presença.
Presente de grego A PF cogitou retirar Lula de helicóptero do aeroporto de Congonhas, onde o ex-presidente depôs na sexta (4). Desistiu por um motivo: a aeronave que o governo Alckmin ofereceu tinha um brasão da PM.
Devia ter dito O deputado Ricardo Tripoli disse a amigos que reclamou com Geraldo Alckmin de não ter sido avisado por ele que João Doria era seu candidato quando foi pedir as bênçãos para lançar sua pré-candidatura.
Em Nova York A presidente visitará os Estados Unidos de 19 a 22 de abril.
TIROTEIO
Haddad se esforça tanto para ficar distante de Dilma e do PT que é capaz de ir à Paulista de camisa amarela no dia 13 de março.
DE ALEXANDRE SCHNEIDER, ex-secretário municipal de Educação de SP, sobre a tentativa do atual prefeito de se distanciar de sua sigla em ano eleitoral.
CONTRAPONTO
Elogio ou pista?
Em encontro com o presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, parlamentares faziam fila para falar. O ministro ouvia serenamente até que chegou a vez do deputado Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG):
— Presidente, eleição é algo intrínseco à vida do parlamentar. Nós nos sentimos tão à vontade para disputar o voto quanto Vossa Excelência ao vestir a toga e sentar-se à mesa do STF — disse sobre a possibilidade de chapa avulsa para a eleição da Comissão do Impeachment.
— Já conhecia Abi-Ackel. Mas hoje cheguei à conclusão de que, se um dia precisar de um advogado, não hesitarei em tê-lo ao meu lado! — respondeu, para riso geral.