Câmara quer mudar completamente lei de exploração do pré-sal aprovada no Senado
Nas profundezas O projeto do pré-sal aprovado pelo Senado pode ficar um bom tempo mofando na gaveta. A Câmara pretende aprovar uma lei completamente diferente das regras atuais de exploração de petróleo em águas profundas. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, favorável ao resgate do regime de concessão para a exploração do pré-sal, pautará um projeto do deputado Mendonça Filho (DEM-PE) revogando o modelo de partilha, derrota que o Planalto pode não conseguir evitar.
Inchaço O Senado abriu investigação em janeiro para apurar indícios de fraude na remuneração de servidores. A suspeita veio após um salto no registro de horas extras. Em dezembro, foram necessárias 254 páginas para lançar todos os pagamentos — o dobro dos dois anos anteriores.
Mexida A investigação segue, mas a cúpula do Senado já decidiu fazer mudanças na área. Na quinta (27), James Raymundo assumiu a direção de Recursos Humanos no lugar de Rodrigo Brum. Em 2009, o escândalo dos Atos Secretos envolveu um servidor que ocupava esse posto.
Amigo de fé Amigos de Lula contam a seguinte história para explicar a compra do sítio em Atibaia: o ex-presidente sonhava com um refúgio para quando deixasse o Planalto. Dona Marisa reuniu amigos que se dispusessem a bancar a surpresa.
Irmão camarada Nessa narrativa, Fernando Bittar comprou parte do sítio com o dinheiro do pai, Jacó Bittar, amigo de Lula. Pelos braços de Marisa, o petista visitou o sítio pela primeira vez em janeiro de 2011.
Mundo pequeno O advogado Igor Nascimento de Souza, que defende João Santana, também atuou para a Braskem, da Odebrecht.
Flanelinha Eduardo Cunha desabafa. “Não aguento mais. Tudo dizem que é manobra minha. Vou acabar montando uma valet parking e virar manobrista”.
Lobby da toga A pressão de magistrados e procuradores empurrou para esta semana a votação do projeto de lei que impõe limites aos super salários. Levantamentos em sites de transparência mostram remunerações superiores a R$ 200 mil por mês.
Que moço é esse? Foram tantos os deputados peemedebistas que aparecem no programa de TV da sigla que alguns apareceram com a grafia errada: Laudívio Carvalho (PMDB-MG) virou “Laudivínio”.
No páreo O procurador federal Marcelo de Siqueira é cotadíssimo para o lugar do ministro Luís Inácio Adams, da Advocacia-Geral da União, que deixa o cargo em abril.
Bedel digital O Ministério da Justiça lança na segunda (29) concurso de aplicativos para o combate à corrupção. Os participantes terão de apresentar propostas de softwares que ajudem a traduzir contratos com o poder público, permitindo que a população atue na fiscalização.
Barreira à vista? O governo rechaça, por ora, o aumento de imposto de importação de aço. Mas topa adotar medidas de proteção, como antidumping e salvaguarda. Também pretende aumentar o crédito disponível às empresas de siderurgia.
Ladeira abaixo Preocupada com a escalada de más notícias, a indústria aumentará o monitoramento dos dados da economia. A CNI passará a divulgar as horas trabalhadas, o emprego e a massa salarial no setor. Relatório mostrará que as vagas na indústria caíram 6,5% em janeiro. O salário, 6,2%.
Unanimidade Depois de viver às turras com o PT, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, finalmente encontrou um ponto de convergência com o seu partido: as críticas à presidente Dilma Rousseff.
TIROTEIO
Ninguém discute que é preciso fazer a reforma da Previdência. O problema é fazermos agora e perdemos o apoio de nossa base social.
DO VEREADOR PAULO FIORILO, presidente do PT paulistano, sobre o risco que Dilma Rousseff corre ao promover a reforma no sistema de aposentadorias.
CONTRAPONTO
A culpa é de quem mesmo?
Em encontro em São Paulo para marcar a última fase de testes de vacina contra dengue, a presidente Dilma Rousseff e o governador Geraldo Alckmin engataram numa conversa sobre a chamada “pílula contra o câncer”, medicamento à base de fosfoetanolamina que fora desenvolvido pelo Instituto de Química da USP.
A liberação do remédio, que não passou por todas as etapas de testes, é alvo de polêmica.
Dilma decidiu checar com o tucano:
— Alckmin, essa [pílula] é aquela que nós dizemos que vocês não liberam e vocês dizem que somos nós que não liberamos? — indagou a petista. E todos caíram no riso.