Apesar da pressão crescente, cúpula do PMDB do Senado ainda se posiciona contra impeachment

Painel

A boia de Renan Apesar do renovado flerte do PMDB com o impeachment, a cúpula da sigla no Senado ainda se posiciona contra a deposição de Dilma. A revelação de que o marqueteiro João Santana recebeu, no Brasil, valores não declarados da Odebrecht em 2014 corroeram mais a já frágil sustentação do Planalto no Congresso, mas não a ponto de retirar o apoio do presidente da Casa, Renan Calheiros. “Ele não se comporta como quem acha que o governo mudará em meses”, repara um aliado.

Quem dá mais Para a ala oposicionista do PMDB, o julgamento da chapa Dilma-Temer no TSE deve demorar de seis a nove meses para ocorrer. Já o processo de impeachment teria desfecho mais célere, de dois a quatro meses.

Eu acredito Apesar do acordo para retardar a tramitação do julgamento de Delcídio do Amaral (PT-MS), Renan Calheiros afirma que o Conselho de Ética tem “autonomia para tomar suas decisões independentemente da presidência da Casa”.

Guinness A Lava Jato completará dois anos em 17 de março com um saldo ínfimo de políticos punidos. Apesar das dezenas de congressistas implicados na operação, somente André Vargas (ex-PT) teve seu mandato cassado pela Câmara.

Focado Jorge Gerdau ganhou no governo o apelido de “nervos de aço”. A operação da PF em sua empresa ocorria enquanto o executivo participava de reunião no Paládio Planalto. Apesar da batida policial, ele não deu uma palavra sequer sobre o caso.

Escudo Em sinal de que a relação do governo com o PT está nas últimas, líderes da sigla no Congresso Nacional mandaram mensagens às bancadas pedindo que houvesse serenidade nas semanas seguintes.

Bombeiros Apesar da crise, nenhum petista graúdo aposta em rompimento com a presidente da República. Lula, que não esconde suas críticas ao modo Dilma de governar, tem segurado o ímpeto dos nervosos. Um racha é visto como “mortal” para os dois lados.

Tremei Quem acompanha os passos da Lava Jato atesta: as próximas semanas serão ainda mais quentes. “Teremos dias muito interessantes “, diz, enigmático, um funcionário da operação.

Às armas Movimentos sociais ameaçam radicalizar contra o governo. Alertam que, após a mudança das regras do pré-sal, as manifestações do dia 31 de março não pouparão Dilma. “A tendência é entrarmos em estado de guerra”, diz Raimundo Bonfim, da CMP, um dos organizadores dos atos.

Trem da alegria A declaração de Mônica Moura, mulher de João Santana, de que aguardava a Lei de Repatriação para declarar recursos preocupa agentes públicos. Eles temem um salvo-conduto a beneficiários do petrolão ainda não identificados.

My phone A Gradiente segue querendo briga com a Apple. A empresa, que registrou o nome iPhone no Brasil, pleiteia o direito de uso da marca. A briga deve agora subir para o STJ. Se perder, a Apple ficará proibida de usar no país o nome de seu célebre smartphone.

Só no chute A um dia da votação para a escolha do candidato do PSDB a prefeito, não há tucano que tope apostar dinheiro no resultado das urnas.

A sós Na sexta (19), Geraldo Alckmin, que apoia João Doria, reuniu-se com Bruno Covas. Integrantes do governo interpretaram o encontro como sinal de aproximação para um eventual segundo turno das prévias. Covas apoia Ricardo Tripoli.

Visitas à Folha Marcelo Castro (PMDB), ministro da Saúde, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Alberto Beltrame, secretário nacional de Atenção à Saúde, e Renato Strauss, assessor de imprensa.

Charles Eisendrath, diretor do programa de estudos Knight-Wallace, da Universidade de Michigan (EUA), visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de sua mulher, Julia Cardozo Eisendrath.


TIROTEIO

Fazem um esforço imenso para vincular a campanha de Dilma ao caixa dois. Não adianta. Não acharão. Não teve caixa dois.

DO MINISTRO EDINHO SILVA (Comunicação Social), ex-tesoureiro da campanha de Dilma à reeleição, desafiando a oposição a encontrar financiamento ilegal.


CONTRAPONTO

Não era para aplaudir?

MINISTROS

Eleito presidente da OAB, Claudio Lamachia fazia um longo discurso durante seu evento de posse, em Brasília. Na plateia, os ministros do STF Teori Zavascki e Luís Roberto Barroso acompanhavam a solenidade. Os dois conversavam discretamente quando o auditório irrompeu em aplausos. Distraídos, seguiram o público e bateram palmas para o orador.
Souberam depois que, naquele momento, Lamachia protestava contra decisão do STF que permite a execução de condenações após tramitação em segundo grau.