Lava Jato envia documentos ao TSE e anima PSDB, que tenta impugnar chapa de Dilma e Temer
Inimigo à espreita O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) recebeu recentemente de Curitiba caixas de documentos com depoimentos de delatores da Lava Jato sobre doações à campanha de reeleição da presidente da República. O lote, que ainda não foi analisado pela corte, é a aposta do PSDB para catalisar as ações movidas pelo partido para impugnar a chapa de Dilma e Temer. Uma equipe de especialistas em prestação de contas foi acionada pelos tucanos para esquadrinhar o material.
Fuçando O sonho de consumo do PSDB é encontrar provas e convencer os ministros do TSE que petistas usaram as eleições nacionais de 2014 para lavar dinheiro.
Afago A melhora no humor de Delcídio do Amaral (PT-MS), preso na Lava Jato, coincide com uma romaria de petistas ao batalhão em que está detido em Brasília. Foi visitado pelos senadores Paulo Rocha (PA) e Humberto Costa (PE), além do deputado José Mentor (SP).
Bandeira branca Parlamentares petistas mais alinhados ao Palácio do Planalto têm feito um apelo às bancadas no Congresso: que não malhem em plenário a reforma da Previdência, pelo menos até que uma proposta concreta seja apresentada ao grupo que discute o tema.
Santo de casa Num jantar na capital federal com a presença de congressistas há algumas semanas, um dos presentes apostava que o PT seria o primeiro a correr da reforma. Um parlamentar completou o diagnóstico: “Se ficar contra, Dilma perde as condições de ficar no partido”.
Pressão O deputado Paulinho da Força (SD-SP) pedirá que o Congresso convoque Miguel Rossetto (Trabalho) para explicar o sistema de aferição do número de filiados das centrais sindicais. Quer pressionar o governo a coibir supostas distorções. Teme que Força Sindical deixe de ser a segunda maior central do país.
Invejinha O paraibano Hugo Motta, candidato à liderança da bancada do PMDB na Câmara, passou o Carnaval no Rio de Janeiro, terra de seu rival na disputa, Leonardo Picciani.
Ostentação O deputado foi à Marquês de Sapucaí e tirou fotos animadamente com amigos na piscina do Hotel Fasano. Um deles postou no Instagram com a legenda: “Só a liderança no Carnaval”.
Digital Há cerca de dez dias, Geraldo Alckmin acionou correligionários influentes na estrutura interna do PSDB pedindo ajuda para embalar o pré-candidato João Doria nas prévias do partido.
Tô com ele Interlocutores que receberam a missão do Palácio dos Bandeirantes interpretaram a ordem como o sinal mais contundente, até agora, do apoio do governador ao empresário.
Nada demais O PSDB paulistano não vê indício de ilegalidade na declaração do vereador Adolfo Quintas, que acusou João Doria de comprar militantes. “É uma campanha profissional que envolve muitas pessoas e que precisam ser remuneradas”, sustenta Mario Covas Neto, presidente do diretório.
Panos quentes Segundo a lógica do tucano, “são 27 mil votantes nas prévias. Mesmo se fosse compra de votos, que é a acusação, não daria vitória a ninguém”.
Cofre vazio Acionistas da Sete Brasil afirmam que a Petrobras precisa decidir o que fazer com a empresa do pré-sal ainda este mês, mesmo com os quatro meses de trégua dados pelos credores. Motivo: a companhia só tem dinheiro para operar por mais três meses.
Rolando Lero Luciano Coutinho, presidente do BNDES, ganhou em Brasília o apelido de “Professor Pardal”. Diz-se que é o único capaz de enrolar a presidente Dilma. Ninguém sabe até hoje como conseguiu suspender o empréstimo prometido à Sete Brasil.
TIROTEIO
Para Matarazzo e Tripoli, o governador Geraldo Alckmin oferece cafezinho. Para mim, oferece estratégias de campanha.
DE JOÃO DORIA (PSDB-SP), pré-candidato tucano à Prefeitura de SP, alfinetando seus dois rivais, Andrea Matarazzo e Ricardo Tripoli, nas prévias do partido.
CONTRAPONTO
Bolão das gafes
No início do mês, deputados terminavam o almoço antes de seguir para a sessão de abertura do Congresso, na qual Dilma Rousseff discursaria. De saída, Fábio Garcia (PSB-MT) brincou com Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA):
— Se Dilma falar menos de 30 besteiras hoje, mudo minha posição sobre o impeachment!
— Vamos fazer um bolão? — animou-se Vieira Lima.
Garcia recuou. Mas Bruno Araújo (PSDB-PE), sentado algumas mesas atrás da dupla, entrou na zombaria:
— Aposto que serão pelo menos 12 gafes!
— Valendo R$ 50? — perguntou o peemedebista.
— Fechado! — respondeu o tucano, caindo no riso.