Investigadores da Lava Jato também suspeitam que filho de Cerveró foi orientado a gravar Delcídio
Jogo de cena Em caráter reservado, investigadores da Operação Lava Jato concordam com a defesa de Delcídio do Amaral (PT-MS) e veem indícios de que a gravação produzida por Bernardo Cerveró para prender o senador foi “coordenada” por fora — e não uma decisão espontânea do filho do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró. Mencionam os métodos de gravação e a maneira como Bernardo conduziu a conversa como sinais de que ele não agiu sozinho. Há quem use o termo “armação”.
Utilitário Cerveró fechou seu acordo de delação premiada depois de sua defesa apresentar a gravação, que serviu como prova para levar o senador petista à prisão.
Fim da linha A Justiça determinou nesta quinta-feira que o ex-governador de Roraima Neudo Campos (PP) comece a cumprir pena de mais de 13 anos de prisão pelo “caso gafanhoto”, relacionado a desvio de recursos da folha de pagamento do Estado.
Outro lado Até a noite de ontem o ex-governador não havia se apresentado à Justiça. Sua defesa considera a decisão “arbitrária” e entrou com pedido de habeas corpus para impedir a prisão.
Alto lá A decisão da USP de exigir uma nota mínima no Enem para entrada na universidade gerou desconforto no MEC. Aloizio Mercadante ficou irritado com o que considerou uma pontuação elevada em alguns cursos.
Tête à tête O secretário Jesualdo Farias (Educação Superior) agendou encontro no próximo mês com o pró-reitor de graduação da USP para tratar do assunto.
I want you Depois da conversa com Dilma Rousseff, Michel Temer iniciou os preparativos para a visita ao vice-presidente americano, Joe Biden. Antes prevista para fevereiro, a viagem deve ocorrer em maio ou junho.
Primeira fila Secretários-executivos dos ministérios de Dilma se reuniram para discutir a desburocratização das pastas e eficiência de contratos. A Agricultura foi citada como exemplo a ser seguido.
Mais uma Governadores e prefeitos têm se queixado de um efeito extra da crise. Além da falta de recursos, eles veem aumentar a demanda por serviços públicos de famílias que, também sem dinheiro, abandonaram escolas e hospitais privados.
Pari passu O Planalto acompanhou de perto as tratativas que levaram à desistência de Leonardo Quintão (MG) da disputa pela liderança do PMDB na Câmara. Leonardo Picciani (RJ) informou todos os passos da aproximação.
Tenho dito Quintão deixou a disputa irritado com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha. “Que meu apoio a Picciani sirva como recado para ele refletir que política não se faz com ódio”.
Nem lá nem cá O encontro de Quintão e Picciani aconteceu em Juiz de Fora (MG) por uma razão prática: com o aeroporto Santos Dumont, no Rio, fechado por causa do mau tempo, procurou-se uma cidade entre Rio e Belo Horizonte — para onde, Picciani poderia ir de carro.
Muita calma O apoio dá fôlego a Leonardo Picciani, que via Hugo Motta (PB) crescer na disputa, mas não deve resolver o embate. Cunha foi informado que ao menos as bancadas do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, antes com Quintão, devem pender para Motta. Parte da bancada de Minas também.
Visita à Folha Claudio Lottenberg, presidente do Hospital Albert Einstein, Fernando Lottenberg, presidente da Confederação Israelita do Brasil (Conib), Ricardo Berkiensztat, vice-presidente da Federação Israelita do Estado de São Paulo (Fisesp), Mario Fleck, ex-presidente da instituição, e Bruno Laskowsky, presidente-executivo da incorporadora Viver, visitaram ontem a Folha, onde foram recebidos em almoço.
TIROTEIO
Alckmin parece ter perdido o controle da Polícia Militar. A repressão aos movimentos sociais é a marca de seu governo.
DO DEPUTADO ORLANDO SILVA (PC do B-SP), sobre os conflitos envolvendo a Polícia Militar durante as manifestações do Movimento Passe Livre em SP.
CONTRAPONTO
O mais querido
A presidente Dilma Rousseff e as ministras Kátia Abreu (Agricultura) e Izabella Teixeira (Meio Ambiente) caminhavam juntas após uma reunião no Palácio do Planalto.
Aproveitando o momento descontraído, Abreu decidiu provocar a colega de Esplanada.
— Izabella, você está perdendo secretário-executivo pro Valdir Simão — disse, referindo-se a Francisco Gaetani, que havia deixado o Meio Ambiente para se juntar à equipe do recém-empossado ministro do Planejamento.
— Não posso nem falar disso… — respondeu Teixeira.
Dilma quis entrar na brincadeira:
— Fazer o quê se ele gosta mais do Simão do que dela?