Conselhão terá nomes ligados à inovação, mas “velha guarda” do PIB e sindicatos seguirão na lista

Painel

Te quero verde O Planalto quer usar a reforma do Conselhão como sinal de que dialogará mais com setores vistos como modernos da economia. Antes dominado por industriais e sindicalistas, o grupo abrirá espaço para nomes ligados à inovação. Na lista encaminhada à presidente Dilma estão o neurocientista Miguel Nicolelis e as presidentes da SBPC, Helena Nader, e da associação nacional de energia eólica, Elbia Ganooum. “É a composição da velha guarda do PIB com a nova”, diz um palaciano.

Elite Mas pesos pesados do PIB continuarão com assento, entre eles Abilio Diniz e Benjamin Steinbruch. Do mundo financeiro, Luiz Carlos Trabuco e Murilo Portugal. Dilma deve dar aval aos nomes ainda esta semana.

Vermelhos A relação tem ainda 13 sindicalistas e o líder do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-teto), Guilherme Boulos. O presidente da Força Sindical, Miguel Torres, antes excluído, também está na lista.

Quem é ele? Ao analisar mensagens de Leo Pinheiro (OAS) e seu grupo, investigadores ficaram intrigados com a citação a um tal “H”, a quem o empreiteiro tentava acessar por meio de Jaques Wagner (Casa Civil).

Elementar O presidente da CPI dos Fundos de Pensão, Efraim Filho (DEM-PB), diz que documentos em posse da comissão sugerem que “H” é o baiano Jorge Hereda, ex-presidente da Caixa. O executivo não quis comentar.

Cifrado “Acabei de receber uma ligação de JV [João Vaccari, ex-tesoureiro do PT] querendo um encontro pessoalmente. Pode ser impute de CB [Carlos Borges, diretor do Funcef]. Como nosso amigo JW [Jaques Wagner] está próximo, posso pedir para ele falar com H [não identificado]”, relata a PF em relatório.

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É você, sua boba Eduardo Cunha refuta o rótulo de “Freddy Krueger” dado por um ministro de Dilma. “Filme de terror é o governo dela. Parece ‘Jogos Vorazes’, onde os cidadãos enfrentam de tudo para não morrer.”

Preparar Segundo um importante banqueiro próximo ao Planalto, apesar do desinteresse de Dilma por política comercial, o governo será forçado a acelerar medidas para desbravar novos mercados. Tudo indica que, em alguns anos, a China será apenas “um país normal” em termos de crescimento.

Apontar Na lista de ataque do Itamaraty e do Mdic (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) estão: Estados Unidos, México, os países do Efta (Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein) e, claro, a União Europeia, com quem o governo jura não ter desistido de chegar a um acordo de livre comércio.

Fogo As conversas com o México estão avançadas. Até fevereiro, o governo espera ter nova rodada de reuniões sobre o acordo comercial. A ideia é que o acerto entre em vigor ainda este ano.

Salve a rainha O Brasil deve receber em maio a visita do “lord mayor” de Londres, Jeffrey Evans — o prefeito do centro financeiro londrino.

Nada missivista Em uma conversa recente, o prefeito de SP, Fernando Haddad (PT), fazia elogios à vice e dizia que Nádia Campeão (PC do B) jamais escreveria uma carta como a entregue por Michel Temer à presidente Dilma: “Até porque ela não é decorativa”.

Lotou Auxiliares do prefeito lembram que o PC do B tem muito espaço na prefeitura. Além da vice, o partido comanda a SPTuris e a Secretaria de Igualdade Racial, além de outros inúmeros cargos.

Ih, esqueci Em 2012, numa conversa entre Michel Temer, Fernando Haddad e o ex-presidente Lula, o peemedebista afirmou que, se Gabriel Chalita fosse secretário da Educação, um dos maiores orçamentos da prefeitura, o PMDB estaria novamente na aliança em 2016.


TIROTEIO

É melhor ser líder da maior bancada da Câmara dos Deputados do que ter um ministério de segunda linha e sem dinheiro.

DO DEPUTADO OSMAR TERRA (PMDB-RS), sobre as ofertas feitas à bancada do PMDB de Minas: a liderança do partido ou o ministério da Aviação Civil.


CONTRAPONTO

Se vira nos trinta

João Dória, pré-candidato tucano à Prefeitura de SP, conversava com filiados da sigla no Jardim São Luís, zona sul da cidade. Após discursar, o empresário abriu espaço para perguntas. Como esperado, vieram questões sobre seus planos para a saúde, educação e como melhorará a gestão. Até que uma senhora pediu a palavra:
— Gostaria de saber se o senhor, se eleito, vai beneficiar quem o apoia desde o início e trabalhou na campanha.
Dória, com o sorriso quase congelado no rosto, respondeu candidamente, tentando se desviar da saia justa:
— Beneficiar não é a melhor palavra. Criaremos centenas de oportunidades. Quem tem experiência, terá lugar.