Ordem no governo é blindar Jaques Wagner a todo custo para não deixar Dilma vulnerável a ataques
Rei exposto Após um final de ano em que deixou de respirar por aparelhos, o Palácio do Planalto sentiu o baque de ver alvejado seu principal ministro, símbolo da esperança de renascimento do governo em 2016. A ordem é blindá-lo a todo custo. A exposição do chefe da Casa Civil, espécie de rainha no tabuleiro de xadrez do governo, deixa a presidente Dilma Rousseff ainda mais vulnerável. Um tiro nele pode ser decisivo para um xeque-mate na petista.
No forno A oposição já prepara um requerimento de convocação de Jaques Wagner para depor na CPI dos Fundos de Pensão, presidida por Efraim Filho (DEM-PB), tão logo o Congresso volte a funcionar.
Pera lá É consenso no governo a percepção de que o conteúdo vazado pode até “constranger”, mas não “compromete” o ministro. “É dever de um governador tentar liberar obras paradas. Não há nada ilegal em pedir doação para campanha”, resume um aliado.
A vida como ela é “Na Bahia, nem síndico de prédio se elege sem conversar com OAS e Odebrecht”, diz um defensor do petista.
Já estava fácil, né? A menção a Wagner na delação de Cerveró, contudo, foi classificada como preocupante por um interlocutor da presidente. O novo foco de crise reforça a urgência de uma agenda positiva que se sobreponha ao caso.
Só ouço falar Em conversa com Dilma nesta sexta (8), o chefe da Casa Civil afirmou não conhecer Nestor Cerveró.
Quem foi? Para o Palácio, policiais federais insatisfeitos com o Executivo teriam sido os responsáveis pela divulgação das mensagens envolvendo figuras centrais da Esplanada. A corporação nega qualquer ato nesse sentido.
Codinome As mensagens de Leo Pinheiro mostram que os diretores da OAS apelidavam executivos de outras empresas: os irmãos da JBS são tratados como “os do boi grande”. Já os da Odebrecht eram “os alemães”.
Cowboy Enquanto agentes públicos receberam gravatas de Leo Pinheiro como mimo de aniversário, João Vaccari, o ex-tesoureiro do PT, foi presenteado com uma caixa de uísque Blue Label. Cada garrafa custa cerca de R$ 900.
Arrasou Congressistas maldosos brincam que o nascimento do neto da presidente nesta semana dobrou sua base de apoio. Agora, são dois os dilmistas de carteirinha no país: o recém-nascido Guilherme e seu irmão, Gabrielzinho.
Fica a dica Em conversa com Wagner, Dilma era só elogios ao rebento: disse que Guilherme é bonito e um sucesso nas redes sociais.
Lobby neles Pessimista quanto à recuperação da economia neste ano, a indústria vai trabalhar duro para garantir a aprovação do projeto de lei que regulamenta a terceirização. A unificação do PIS e Cofins também foi elencada como uma das prioridades do empresariado no ano.
Ou afundaremos Num documento interno que circulou nesta sexta-feira (8) entre as 27 federações estaduais da indústria, a CNI classificou 2015 como “frustrante”. Para a entidade, 2016 tende a ser ainda pior, com alta do desemprego e queda na produção.
Confia, gente Já para líderes do PT, a economia não está tão ruim quanto pregam por aí. “Vai deixar de piorar, você vai ver”, tenta convencer um petista influente.
Haja selo Deputados começaram 2016 com saudades dos Correios. Na primeira semana do ano, apesar das férias, o gasto com serviços postais de 94 deles somou R$ 13.451,33. A campeã foi Elcione Barbalho (PMDB-PA), ex-mulher do senador Jader Barbalho. Ela desembolsou sozinha R$ 2.777,73.
TIROTEIO
Jaques Wagner diz que o governo não tem coelho na cartola. Concordo. Do jeito que a coisa está fedendo, deve ter é um gambá.
DE LUCIO VIEIRA LIMA (PMDB-BA), deputado federal, sobre a declaração do ministro da Casa Civil de que não haverá um pacote para salvar a economia.
CONTRAPONTO
Vovô passou açúcar em mim
Durante convenção do PDT, Ciro Gomes rememorava histórias de Leonel Brizola e perguntou à neta do político, a deputada Juliana Brizola (RS), se ela havia sido presenteada com trevos de quatro folhas pelo avô.
— Você diz sobre minha sorte de ter o mandato? — arriscou a deputada, que havia assumido há pouco o posto na Assembleia após renúncia de um deputado.
— Não, um vaso com trevos de verdade que ele deu à Patricia Pillar, quando estava doente. O gesto foi tão especial que ela acreditava que havia ajudado na cura.
— Não. Mas, se assim mesmo ando com sorte, imagina com um vaso inteiro de trevos do Tata! –brincou Juliana.