Planalto manterá estratégia de pintar Cunha como ‘vilão’ do impeachment mesmo se ele cair
Unidos para sempre O Planalto e o PT pretendem continuar rivalizando sobre o impeachment com Eduardo Cunha, ainda que o peemedebista seja apeado da presidência da Câmara no ano que vem. Para auxiliares de Dilma Rousseff, ter transformado o deputado em vilão da narrativa vem dando resultado. A ideia é enfatizar que o pedido nasceu como fruto de um “pecado original” e que, contaminado desde o princípio, não tem legitimidade mesmo que Cunha já não esteja à frente do processo formalmente.
Vacina A tropa de Cunha já prepara o discurso para que o vice-presidente da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), puxe para si a decisão de anular ou não o processo do peemedebista no Conselho de Ética — em alternativa a deixar o recurso correr na Comissão de Constituição e Justiça.
Congestionado A ideia é argumentar que, antes da publicação do acórdão do Supremo sobre o formato da escolha do comando das comissões na Câmara, a CCJ não poderá deliberar sobre o tema. Assim, Maranhão teria legitimidade para decidir sozinho.
Às armas 1 O comando da CCJ em 2016, aliás, deve ser um dos principais cavalos de batalha na volta do recesso.
Às armas 2 Pelo acordo firmado para a eleição de Cunha, a presidência no ano que vem ficará com o PMDB. Se Leonardo Picciani (RJ) seguir como líder da bancada, haverá briga entre a ala governista e os aliados do presidente da Câmara.
Populismo não Dilma, em reunião recente com prefeitos do Nordeste, prometeu que não faltarão recursos para combater o vírus da zika. “Mas vamos olhar cada gasto com lupa”, avisou.
Tô de olho No governo, o episódio é tratado como sinal de que, mesmo com a saída de Joaquim Levy, não haverá um liberou geral.
Após o Carnaval O deputado Celso Russomanno (PRB-SP), que disputará a prefeitura paulistana, começará a rodar a cidade em fevereiro do ano que vem, quando deixará a liderança da bancada do partido na Câmara.
Sem grilo A avaliação é que, embora rivais tucanos já estejam em campanha, Russomanno não sairá perdendo. “O grande cabo eleitoral desta eleição será o governador Geraldo Alckmin. O que importa é o apoio dele”, sustenta um aliado do deputado.
Break A quem questiona Nelson Barbosa sobre a pouca crença do mercado financeiro em relação ao seu nome, o ministro da Fazenda rebate: “Tomei posse há pouco. ‘Give me some time'”.
Pedalada E completa: “Ninguém paga R$ 57 bilhões na canetada”. Na quinta-feira (24), o governo tomou medidas para quitar metade da dívida resultante das chamadas “pedaladas fiscais”.
Faxina Com o aumento da inadimplência, a Caixa turbinou neste ano a venda ao setor privado de “créditos podres”, os financiamentos feitos pelo banco estatal e que não foram pagos pelos clientes. No total, foram repassados R$ 9,3 bilhões desses “micos”.
Vem mais O movimento deve seguir em 2016, para a alegria dos investidores “abutres”. Um novo lote de R$ 2,4 bilhões foi ofertado recentemente, mas a Caixa acabou desistindo da venda no último minuto.
Meu ou teu? Num domingo, o presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, Fernando Capez (PSDB), caminhava pelo estacionamento do edifício quando flagrou um flanelinha e o repreendeu. Sem saber de quem se tratava, o guardador disparou: “Não enche. Você não manda nada aqui!”.
Torcida Do deputado Bruno Covas, pré-candidato tucano à Prefeitura de São Paulo, sobre a notícia que o prefeito Fernando Haddad voltará de férias a tempo de passar o Ano Novo na cidade: “Se esticar até dezembro de 2016, São Paulo agradece”.
TIROTEIO
Quando Andrea recebeu apoio de FHC e Serra ninguém falou nada. Geraldo agora fala de outro e todo mundo reclama? Falta coerência!
DO DEPUTADO PEDRO TOBIAS (PSDB-SP), presidente estadual da sigla, sobre as queixas de aliados de Andrea Matarazzo ao apoio de Alckmin a João Dória.
CONTRAPONTO
Então é Natal
Em discurso na 10ª Conferência Nacional de Assistência Social, no início de dezembro, a presidente Dilma Rousseff seguiu o protocolo e, antes de fazer o discurso, deu início aos cumprimentos.
Animada por estar em um ambiente amigável logo na semana seguinte à deflagração do processo de impeachment, a petista se permitiu uma brincadeira. Antes de nomear os ministros, anunciou, dirigindo-se a um senhor na plateia que se assemelhava ao bom velhinho:
— E porque nós estamos no Natal, eu também vou cumprimentar o Papai Noel ali, que está muito animado! — disse, sob risadas dos presentes.