Dilma pede a ministros que colham sugestões para estimular PIB

Painel

Lavoura arcaica Diante das expectativas negativas para 2016, Dilma Rousseff pediu a seus principais ministros e conselheiros propostas para estimular o PIB. O governo iniciou uma busca por ideias nos setores acadêmico e privado, a exemplo do que ocorreu na formulação do Minha Casa, Minha Vida. Para enfrentar o inverno econômico previsto para o ano que vem, o Planalto exige que o ministro da Fazenda seja um “animador de torcida”, com medidas de expansão do crédito e proteção do emprego.

Foto queimada Não pegou bem na cúpula do governo a ofensiva pró-Henrique Meirelles. Quem conhece a presidente afirma que a chefe tem horror a campanhas ostensivas pelos jornais.

Estilo Dilma tem por hábito adiar decisões, mesmo as sensíveis. Ninguém de seu círculo muito próximo espera que ela defina uma troca na Fazenda agora.

Passado Em seu histórico de exonerações, há raros exemplos de ministros demitidos. Em geral, o auxiliar sofre desgastes progressivos até ser inviabilizado no cargo, sendo levado a pedir demissão —ou cair de maduro.

Em casa Ricardo Barros (PP-PR), relator do Orçamento de 2016, segue na batalha para cortar o Bolsa Família em R$ 10 bilhões. Ele usa auditoria da Controladoria-Geral da União apontando que 9,1% dos beneficiários teriam renda incompatível com o programa.

Torneira aberta O FI-FGTS se prepara para liberar R$ 700 milhões para a Energisa, dona de 13 distribuidoras de energia. A Caixa produziu relatório recomendando ao comitê de investimento do fundo que aprove a operação. Este ano, a empresa já conseguiu R$ 1 bilhão do BNDES.

Alerta A Polícia Legislativa avisou aos movimentos anti-Dilma acampados em frente ao Congresso que vê chance de conflito com grupos de esquerda no fim de semana e pediu que deixassem o local.

Diga que fico Renan Santos, do MBL, diz que o grupo não pretende sair. “Se não tiver bom senso, tem polícia.”

Logo ele Os atritos com o PSDB somados à convocação de José Carlos Bumlai, amigo de Lula, podem levar Eduardo Cunha a suspender a prorrogação da CPI do BNDES e dar prazo extra apenas para que ela finalize o relatório.

Não, obrigado O juiz Sergio Moro recusou a medalha do mérito legislativo que receberia da Câmara, por indicação de Rubens Bueno (PPS-PR), na próxima semana.

Passar bem No ofício encaminhado à Casa, ele agradece o prêmio, mas diz que, como há “parlamentares federais denunciados” na Lava Jato, não se sente “confortável” em recebê-lo. “Poderia ser mal interpretado ou gerar constrangimento”, escreveu.

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‌Deixa aí Em depoimento a Moro nesta quarta, Fernando Baiano sacou um punhado de anotações para contestar Paulo Roberto Costa. Moro sugeriu que o desmentido ficasse para o fim. Depois de duas horas, o assunto foi esquecido —e Baiano não conseguiu revelar as anotações.

Na carne O governo Alckmin foi à Justiça para acabar com o pagamento de gratificações aos defensores públicos do Estado. O benefício vem sendo concedido a quem exerce “atividade de especial dificuldade”.

Ilegal A Procuradoria-Geral do Estado ingressou com a ação depois que o Tribunal de Contas estadual apontou o pagamento como irregular, alegando que seria para “driblar a regra do teto remuneratório da carreira”. A Defensoria diz que age dentro da lei.

Briga interna Publicação interna do PT diz que, se o partido não mudar de candidato em Osasco, perderá a eleição. Tudo aponta para a realização de prévias. O jornal traz pesquisa mostrando o atual prefeito, Jorge Lapas, mal avaliado pela população.


TIROTEIO

Na falta de um ministro da Fazenda, a Dilma arrumou dois. O problema é que a inflação e o desemprego também vieram em dobro.

DO DEPUTADO LUCIO VIEIRA LIMA (PMDB-BA), sobre a articulação em torno do nome de Henrique Meirelles para substituir Joaquim Levy na Fazenda.


CONTRAPONTO

Alegria, alegria

Na audiência pública para discutir o projeto do governo Alckmin que aumenta o ICMS da cerveja e do cigarro, na terça-feira, na Assembleia paulista, o deputado Mauro Bragato (PSDB) chamou ao púlpito Percival Maricato, da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes.

Depois de dizer que, caso aprovem o aumento na alíquota, os deputados estarão dando um tiro no pé, porque vai criar mais sonegação e informalidade, soltou:

—Cerveja não causa doença coisa nenhuma. As pessoas gostam de tomar cerveja, não é pecado. É uma questão de alegria. Por que castigar o trabalhador que vai para o bar tomar cerveja? Quem não gosta que não tome!