Senadores relatam movimentação de Renan contra Fachin
Alta-tensão Senadores da base e da oposição relataram que Renan Calheiros (PMDB-AL) passou a fazer gestos mais ostensivos contra a aprovação de Luiz Edson Fachin para o Supremo. O presidente do Senado teria argumentado em conversas reservadas que a indicação era temerária e que a escolha de Dilma Rousseff não respeitava a Casa. A informação chegou à presidente e ao Palácio do Planalto, o que contrariou Renan. Ele passou a classificar os relatos como uma história “plantada” pelo governo.
Em alta O Planalto fazia contas de que Fachin teria 61 votos no plenário do Senado –20 a mais que os 41 necessários. Com as movimentações de Renan, admite que pode ter que refazer as contas.
Espionagem Parlamentares ficaram incomodados com duas visitas feitas à sabatina pelo secretário-geral da mesa do Senado, Luiz Fernando Bandeira de Mello –braço-direito de Renan. Bandeira conversou com Ricardo Ferraço (PMDB-ES), que declarou voto contra Fachin.
Via satélite Antes da entrada de Fachin na sabatina, senadores fizeram críticas duras a contradições que atribuíam ao advogado. Na antessala da comissão, ele assistia a tudo pela TV Senado.
Para fora O Planalto articula com líderes governistas e Eduardo Cunha (PMDB-RJ) a retirada da emenda que flexibiliza o fator previdenciário, incluída na segunda medida provisória do ajuste fiscal. O argumento é que a emenda não tem relação com a MP e deve ser rejeitada.
Benchmarking Humberto Sampaio de Mesquita, o genro de Paulo Roberto Costa que é alvo da Lava Jato, informou à Justiça que vai a Miami fazer um curso. Quer aprender “novas estratégias de negócios para as Américas”.
Coletivo Para evitar o argumento de Marta Suplicy de que foi perseguida pela cúpula petista, o diretório paulista da sigla colheu assinaturas de cerca de cem líderes em defesa da decisão de pedir o mandato no Senado após sua saída. A maior parte dos apoios veio da capital, base eleitoral da senadora.
Refrigerador De passagem pelo Congresso, Beto Richa (PSDB) foi até Renan para sensibilizá-lo contra moções de repúdio apresentadas por senadores após a violência policial na greve de professores no Paraná.
Meios Pesquisas realizadas pelo governo paranaense revelaram uma devastação da imagem de Richa.
Deixa estar Com receio de contágio, o Palácio dos Bandeirantes tem demonstrado apreensão com a escolha de Coronel Telhada (PSDB-SP) para a comissão de Direitos Humanos da Assembleia.
Não tá fácil… O secretário de Saúde de São Paulo, David Uip, teve os dois celulares furtados durante a festa de casamento do cardiologista Roberto Kalil. Uip deixou a mesa em que estava para cumprimentar amigos e, quando voltou, não encontrou mais os aparelhos.
… para ninguém Uip dividiu a mesa dos padrinhos com Dilma e o ex-presidente Lula. Também estava na festa o secretário de Segurança, Alexandre Moraes. O furto VIP virou piada entre membros do governo paulista.
Pendurado 1 Além dos financiamentos que negociou com o BID e o BIRD nos Estados Unidos, Geraldo Alckmin obteve aceno dos organismos a garantias para uma cesta de investimentos da CPP (Companhia Paulista de Projetos).
Pendurado 2 Tanto os bancos quanto o governo temem que Joaquim Levy (Fazenda) não dê o aval necessário, já que o Tesouro é acionado em caso de não quitação.
Visita à Folha Nelson Barbosa, ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, visitou ontem a Folha, a convite do jornal, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Patricia Laurentino de Mesquita, assessora de comunicação.
TIROTEIO
Inaceitável é que, em 12 anos de PT, o Brasil tenha ficado refém de criminosos que criaram os maiores casos de corrupção da história.
DE JOSÉ ANÍBAL (PSDB-SP), sobre declaração do ex-presidente Lula de que o país foi transformado em refém de um criminoso notório e reincidente.
CONTRAPONTO
Questão de ordem
Na quarta-feira da semana passada, deputados da oposição improvisaram um panelaço coletivo ao final da votação da primeira medida provisória do ajuste fiscal, que dificulta o acesso a benefícios trabalhistas, como o seguro-desemprego.
Chico Alencar (PSOL-RJ), que também votou contra o texto do governo, passou a mão no microfone e brincou, em meio à barulheira no plenário da Câmara:
—Quem está aqui batendo panela não pode ir jantar no Piantella! —disse, para riso dos poucos que conseguiram ouvir, sobre o tradicional restaurante na Asa Sul de Brasília, reduto de políticos.