Aval de Lewandowski ajudou a quebrar veto de Renan a Fachin

Painel

Nova embalagem O aval de Ricardo Lewandowski a Luiz Fachin foi crucial para quebrar o veto do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), à sua indicação para o STF. Fachin não era o preferido do presidente da corte, mas o governo pediu sua ajuda para dissipar o peso de sua ligação com o PT e o MST. Apoiadores do advogado buscaram, ainda, apoio na oposição e espalharam que Fachin não era o nome do ministro José Eduardo Cardozo (Justiça), queimado no Senado.

Pedreira Na conversa que teve com Dilma Rousseff, Renan fez questão de deixar claro que o nome de Fachin não passaria fácil pelo Senado.

Condição A cúpula do PMDB no Senado dizia nesta terça-feira que, se Dilma não der demonstração de prestígio de Renan, não moverá uma palha pela aprovação do novo ministro no plenário.

Redoma O presidente do Senado pode nomear Vinicius Lages –apeado do Turismo para dar lugar ao ex-deputado Henrique Alves– chefe de gabinete da presidência do Senado, se Dilma não definir logo o destino do aliado.

apode1504painelCompêndio Circula na bancada do PMDB dossiê com artigos de Fachin desde a década de 1980 em defesa do rito sumário da reforma agrária e da função social da terra e com críticas à estrutura fundiária brasileira.

Reis do gado A Frente Parlamentar da Agropecuária tem 22 senadores. Dos 27 membros da CCJ, que irá sabatinar o indicado ao STF, ao menos dez são ruralistas.

Sem digitais Aliados de Renan apostam que, se o presidente do Senado quiser derrotar Dilma e derrubar Fachin, deixará para fazê-lo em plenário, em voto secreto, e não na CCJ, fácil de mapear.

Ontem e hoje A ligação histórica de Fachin com o MST foi a razão principal para Lula ter deixado de indicá-lo ao Supremo em seu governo.

Ligando… Presidente nacional do PSDB, Aécio Neves (MG) apareceu no fim da reunião da bancada tucana na Câmara nesta terça e perguntou quem apoiava que o partido tomasse iniciativa de pedir o impeachment de Dilma.

… o turbo O “sim” foi unânime entre os deputados. O senador mineiro bateu as duas mãos no tampo da mesa, se levantou e foi embora.

Nova ordem Depois da reunião, Aécio defendeu a ida da CPI da Petrobras a Londres para ouvir o ex-diretor da empresa holandesa SBM que acusou o governo Dilma de engavetar denúncia de corrupção na Petrobras até depois da eleição.

Geração Deputados tucanos atribuem aos conselhos de Fernando Henrique Cardoso a postura conservadora de Aécio. “Só que ele está aposentado, e nós é que estamos na ativa”, diz um deles.

Tribos Os jovens deputados tucanos chamam de “cabeças brancas” os correligionários do Senado, que hesitam em levar adiante a tentativa de destituir a presidente.

Olho na rua A decisão do PSDB de rever o apoio total à terceirização foi calculada para evitar que Dilma capitalizasse a defesa dos direitos trabalhistas e se recuperasse em sua base de apoio.

Anfitrião Miguel Rossetto (Secretaria-Geral) diz estranhar a posição de produtores contra a discussão do tabelamento do frete rural. Segundo o ministro, entidades do setor pediram audiência e confirmaram presença.

Adeus O subchefe de Assuntos Parlamentares Jean Uema, ligado ao ex-ministro Alexandre Padilha, foi o primeiro petista demitido por Michel Temer na extinta SRI.


TIROTEIO

O fato de a CGU ter engavetado denúncia na eleição é prova de mais uma mentira de Dilma: a de que seu governo investiga.

DE RONALDO CAIADO (GO), líder do DEM no Senado, sobre ex-executivo da SBM acusar a CGU de ter esperado a eleição para analisar denúncias de corrupção.


CONTRAPONTO

Água mole em pedra dura

Senadores do PMDB conversavam nesta terça-feira. Ansioso, Roberto Requião (PMDB-PR) perguntou a Renan Calheiros (PMDB-AL) –como em todas as reuniões recentes– se Luiz Edson Fachin, que teve seu apoio, seria mesmo indicado para a vaga aberta no Supremo. Eunício Oliveira (PMDB-CE) provocou:
–Fica tranquilo, Requião. Se isso acontecer mesmo você vai ter que nos dar o ano inteiro de folga!