Planalto e PMDB impedem criação de CPI dos fundos de pensão
O Palácio do Planalto e o PMDB fizeram uma nova força-tarefa no Senado na noite de quarta-feira (8) e conseguiram derrubar a criação de uma CPI para investigar irregularidades em operações de fundos de pensão de empresas estatais a partir de 2003.
Com apoio do governo, os peemedebistas articularam no Senado a retirada de seis assinaturas que apoiavam o pedido de instalação da comissão. Às 21h, havia 32 nomes na lista. Duas horas depois, apenas 26 parlamentares permaneciam no documento –uma menos que o mínimo necessário para a criação de uma CPI.
Retiraram suas assinaturas os senadores Ivo Cassol (PP-RO), João Capiberibe (PSB-AP), Lídice da Mata (PSB-BA), Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE), Roberto Rocha (PSB-MA) e Romário (PSB-RJ). O único senador do PSB que manteve seu nome no requerimento foi Antônio Carlos Valadares (PSB-PE).
O Planalto quer evitar a instalação de CPIs que possam levantar suspeitas de corrupção sobre as operações de suas estatais e o PMDB acredita que o partido também poderia ser desgastado caso avançassem apurações sobre os fundos de pensão.
Caciques peemedebistas têm conhecida influência sobre esses fundos –em especial o Postalis, dos funcionários dos Correios.
A oposição, que protocolou o pedido de criação da CPI, pretendia investigar denúncias de desvios milionários no Postalis, no Petros (Petrobras), no Funcef (Caixa Econômica Federal) e no Previ (Banco do Brasil). Seriam apuradas as operações dos fundos a partir de 2003, ano em que o PT assumiu a Presidência da República.
Mais cedo, o PMDB já havia conseguido impedir a criação de outra CPI no Senado para investigar empréstimos do BNDES a entidades privadas ou governos estrangeiros. Após intervenção do governo, seis senadores que tinham assinado o pedido de criação da CPI retiraram suas assinaturas, o que inviabilizou as investigações.