Pancadaria entre Dilma e Aécio em debate surpreende tucanos e petistas
Calma, gente
O nível da pancadaria entre os presidenciáveis Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) no debate do SBT surpreendeu petistas e tucanos. O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), achou o tom muito mais pesado que o de seus confrontos com Lula em 2006. “Presidencialismo é assim, é canelada. Mas acho que eles estão exagerando.”
De volta a 1989 De um tucano, sobre o fato de Dilma ter citado parentes de Aécio. “Parece que ele não aprendeu nada com o que o Collor fez com a Lurian”. Há 25 anos, o ex-presidente levou uma ex-namorada de Lula à TV para acusá-lo de esconder a filha.
Luta livre Dilma fuzilou o rival com os olhos quando ele revidou dizendo que ela arrumou emprego público para o irmão. No intervalo, olhando para a petista, Aécio vibrou com aliados: “Pode vir quente que eu estou fervendo”.
Deixa o morto O ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil) disse que não faria acusações a Sérgio Guerra, ex-presidente do PSDB, morto em março e citado por Dilma no debate. “Eu não uso isso, não. Acho muito delicado.”
Vai devagar O petista afirmou que o PT precisa ter cautela ao criticar políticos citados nas delações premiadas do escândalo da Petrobras. Na opinião dele, os tucanos não tomam esse cuidado.
Sou você ontem Ainda no estúdio, Aécio disse a Marina Silva, pelo celular, que se lembrou dos ataques contra ela no primeiro turno. “Pensei muito em você. Lembrei do que você falou: isso não é um vale-tudo para mim.”
Não fui eu Na saída, os dois candidatos se acusavam pelo nível do debate. “Ele começou o conflito”, afirmou Dilma, recuperando-se da crise de pressão baixa. “Ela está desesperada”, disse Aécio.
Ritmo de festa Antes da troca de insultos, os petistas estavam animados para encontrar Silvio Santos. No helicóptero, Dilma e assessores cantaram juntos a musiquinha do “Show de Calouros”: “Lararará, lararará…”
Partido ao meio O segundo turno abriu uma guerra no PMDB, maior partido da coligação de Dilma Rousseff (PT). O vice-presidente Michel Temer se irritou com a declaração do líder na Câmara, Eduardo Cunha, de que perderá o comando da sigla se Aécio Neves (PSDB) for eleito. “Seguindo este raciocínio, se Dilma vencer, ele não poderá ser presidente da Câmara nem líder do PMDB”, contra-ataca Temer. O vice decidiu reagir após receber diagnóstico de que a maioria dos deputados defende a presidente.
Sair das cordas A campanha de Aécio concluiu que ele precisa deixar o discurso de vítima e ampliar os ataques a Dilma na TV. O tucano prepara novas peças para tentar ligar a rival às suspeitas de desvios na Petrobras.
Já deu Os petistas decidiram reduzir os ataques à gestão de Aécio em Minas Gerais. “Saturou, 95% da população já tomou conhecimento disso”, diz um estrategista.
Embromation De Edson Aparecido, coordenador da campanha de Alckmin, sobre as falas confusas de Dilma nos debates: “Parece que o marqueteiro dela é o Joel Santana, não o João Santana…”
Agora pode Marina, que fugiu do governador paulista no primeiro turno, não vetou sua presença no ato de hoje com Aécio. Ao ser consultado se iria, Alckmin disse não saber nem o horário do evento.
Visita à Folha Marcelo Bahia Odebrecht, diretor-presidente da Odebrecht S.A., visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava com Maurício Roberto Ferro, vice-presidente Jurídico, Sergio Bourroul, diretor de Comunicação, e Zaccaria Junior, diretor de Comunicação da Odebrecht Engenharia.
TIROTEIO
“Os dicionários precisam ser atualizados com um novo verbete: ‘dilmagogia’, sinônimo de um governo que só ilude os trabalhadores.”
DO DEPUTADO PAULINHO DA FORÇA (SD-SP), sobre promessa da presidente Dilma Rouseff (PT) de “conversar” acerca do fim do fator previdenciário.
CONTRAPONTO
Uma estranha solução para o crime
No último debate da disputa pelo governo do Maranhão, Luís Pedrosa (PSOL) criticou Lobão Filho (PMDB) pela promessa de demolir o presídio de Pedrinhas, palco de cenas de barbárie no início do ano.
— Já investimos muitos recursos lá. Será um desperdício de dinheiro público —observou o candidato.
Apoiado pela família Sarney, o filho do ministro Edison Lobão deu de ombros e insistiu na ideia:
—Vou construir novas unidades bem longe! Se os familiares se sentirem incomodados com a distância, que influenciem seus parentes para que não cometam crime…