PT do Rio está revoltado com boicote de Dilma à candidatura de Lindberg

Painel

Você me abandonou O PT do Rio é um pote até aqui de mágoa com Dilma Rousseff. Aliados de Lindberg Farias estão revoltados com o que chamam de boicote à sua candidatura ao governo do Estado. A presidente, que evita aparecer ao lado do senador, jantará hoje com o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) e prefeitos aliados. O encontro será em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, reduto eleitoral de Lindberg. Os petistas veem a escolha da cidade como “provocação” do Planalto.

Olha o bico dele Os petistas dizem que o PMDB já embarcou no voto “Aezão” e está comprometido com o tucano Aécio Neves. “Só a campanha da Dilma não vê que o apoio do Pezão é falso”, diz o presidente estadual do partido, Washington Quaquá.

Não é o Baixinho Para o PT fluminense, as críticas de Romário (PSB-RJ) a Dilma têm sido usadas como pretexto para justificar a preferência pelo peemedebista. O ex-craque é candidato ao Senado na chapa de Lindberg.

Lista tríplice O presidente nacional do PT, Rui Falcão, vai se reunir amanhã com o candidato do partido no Rio. Mas também falará com seus rivais Anthony Garotinho (PR) e Marcelo Crivella (PRB).

Jogando contra A cúpula do PMDB identificou pressão para que prefeitos do partido faltem ao jantar com Dilma. O presidente estadual da sigla, Jorge Picciani, é o líder do movimento “Aezão”.

Clube do bolinha Na corrida ao Senado, Romário é franco favorito entre os eleitores do sexo masculino. Ele atinge 38% das intenções de votos dos homens, contra 22% de Cesar Maia (DEM). Entre as mulheres, o ex-prefeito é quem vence: 25% a 21%.

Geração tetra O ex-craque tem seu melhor desempenho entre entrevistados de 25 a 34 anos, com 36% no Datafolha. Esses eleitores eram crianças quando ele foi eleito o melhor jogador do mundo e ergueu a Copa de 1994.

Sonho meu Azarão na disputa entre Romário e Cesar Maia, o pedetista Carlos Lupi espera ter apoio de Dilma, que o demitiu do Ministério do Trabalho na “faxina” de 2011. “Não que eu seja grande coisa, mas meus adversários são piores…”, diz.

Depois cresce Na reunião de terça-feira com partidos aliados, Dilma reconheceu o cenário difícil para a economia até o fim do ano, mas estabeleceu como meta de um eventual segundo mandato uma expansão do PIB de 2,5% a 3% ao ano.

Lavradora A presidente disse que a prioridade até dezembro é plantar sementes para os próximos quatro anos, mantendo emprego e inflação dentro das metas.

Balcão O comitê de Dilma reunirá hoje líderes regionais de 22 Estados. Foram convidados prefeitos de capitais como Porto Alegre, Goiânia, Fortaleza e Macapá.

Não é com ele Aliados de Eduardo Campos (PSB) repetiam ontem que o relato do deputado José Augusto Maia (Pros) sobre oferta de propina para apoiar seu aliado Paulo Câmara (PSB) é “questão local” de Pernambuco.

Nem com a gente Na contramão da campanha presidencial, aliados de Câmara diziam que a negociação com o Pros foi conduzida pela bancada do PSB no Congresso, e não por líderes locais.

Alves

Sambista de toga Após libertar os 23 ativistas acusados de planejar protestos violentos, o desembargador Siro Darlan citou no Facebook o Hino da Proclamação da República: “Liberdade, liberdade, abra as asas sobre nós”. No Rio, o refrão é mais lembrado pelo samba da Imperatriz Leopoldinense em 1989.


TIROTEIO

“Políticos oferecendo dinheiro uns aos outros em troca de apoio nas eleições? Que coisa, parece até que nós estamos no Brasil…”

DE CLAUDIO WEBER ABRAMO, diretor-executivo da Transparência Brasil, sobre acusação de José Maia (Pros-PE) de propina para apoiar o PSB em Pernambuco.


CONTRAPONTO

Sem bola de cristal

Ariano Suassuna, que morreu ontem no Recife, era amigo e eleitor de Eduardo Campos (PSB). Prometia ajudá-lo na campanha, mas não se arriscava a fazer previsões eleitorais. Em 2013, o jornalista Fabio Victor quis saber se ele via chance concreta de o afilhado se eleger.

—Isso eu não sei não —desconversou o escritor, lembrando o dia em que um repórter pediu ao compositor Capiba que previsse o resultado de jogo do Santa Cruz.

—O jornalista perguntou: “E qual vai ser o placar?”. Aí ele disse: “Me telefone segunda-feira”. Me telefone no dia seguinte à eleição que eu digo!